A Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária, a Emater Goiás, em parceria com a Embrapa Cerrados, realizou hoje de manhã, o lançamento oficial de seis cultivares de pequi, três com espinhos e a novidade, três variedades sem espinhos, que vão movimentar a cadeia produtiva do fruto mais famoso do Cerrado.
O evento reuniu várias entidades do agronegócio como a Secretaria de Agricultura do Estado, a Federação de Agricultura de Goiás e outras.
O lançamento é fruto de um estudo de mais de 25 anos da Emater com a Embrapa Cerrados, que começou com pesquisas de clonagem e depois com a propagação de mudas, que se tornou um banco genético de mais de 1.600 pequizeiros na Emater. As novas cultivares possuem registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Mapa, desde abril deste ano.
História
A pesquisadora da Emater, Elainy Botelho, contou a história de como o pequi sem espinhos chegou até à pesquisa, através de produtores que descobriram uma árvore, no município da Cocalinho, no Mato Grosso, e decidiram procurar ajuda da Emater e a Embrapa Cerrados para ver se conseguiam multiplicar a espécie…
“Nós clonamos essa árvore, colocamos no nosso banco de germoplasma e avaliamos durante anos para chegar agora no lançamento de pequi sem espinhos, com resistência a pragas e doenças, com uma polpa solta do caroço, com sabor mais suave. É um ótimo produto para industrialização em compotas, fitas, bom para restaurantes para qualquer pessoa comer sem medo. A amêndoa, já que não tem espinho, dá para tirar com facilidade e comercializar”, afirma.
O presidente da Emater Pedro Leonardo Rezende celebrou a parceria com a Emater e a Embrapa Cerrados na pesquisa, que agora chega ao produtor rural, trazendo tecnologia para a cadeia produtiva do pequi, gerando renda com sustentabilidade, por se tratar de uma planta nativa. Vamos ouvir a entrevista.
“Essa entrega tem um potencial efetivo de profissionalização da cadeia produtiva desse produto, que representa toda a cultura do goiano e de agregar na renda à agricultura familiar. Além da sustentabilidade, o pequi é nativo do Cerrado, pode ser utilizado em recomposições de áreas degradadas, associando a sustentabilidade ambiental e exploração econômica”, aponta.
O superintendente do Senar Goiás, Dirceu Borges, reforçou que a entidade será parceira da Emater na divulgação e entrega dessas mudas e tecnologia para os produtores rurais em Goiás.
“Essas mudas vão chegar nas propriedades de agricultura familiar, que será mais uma fonte de renda para o produtor. Pesquisa é isso, é extensão rural, nós do Senar estamos à disposição para que a gente possa disseminar para os 246 municípios goianos, em todas as propriedades rurais do estado de Goiás, essas mudas, essas variedades, através dos técnicos, da assistência técnica e da capacitação. Nós estamos levando tecnificação, conhecimento, profissionalizando o produtor rural sobre a espécie”, afirma.
Depois da solenidade, viveiristas e agricultores familiares que realizaram cadastramento no site da Emater serão os primeiros a adquirir mudas das seis variedades. Os kits serão vendidos pelo valor de R$ 150,00 cada lote, de acordo com a oferta. No caso de viveiristas, é preciso estar cadastrado no Ministério da Agricultura (RENASEM) e, para os agricultores familiares, é exigido cadastramento no PRONAF (DAP/CAF).
O objetivo é que os frutos atendam o produtor rural, a indústria, o comércio e o consumidor, com um sabor mais leve e com aquele jeitinho de comer sem medo dos espinhos.
Publicações
Ainda durante o evento, serão lançadas duas publicações inéditas, intituladas “Orientações para o cultivo do pequizeiro” e “Cultivares do pequizeiro”, que trazem informações gerais e técnicas para o cultivo da espécie.
No site www.emater.go.gov.br dá pra ter mais detalhes sobre o lançamento, a compra de mudas.
