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Tecnologia: Capins forrageiros para bovinos de corte e leiteiro são destaques no Show Rural Coopavel

Em mais uma participação no Show Rural Coopavel , em Cascavel (PR), a Embrapa leva uma mostra de forrageiras voltadas para bovinos de corte e leiteiro. Entre os dias 7 e 11 de fevereiro, os visitantes poderão conhecer o desempenho dos capins BRS Sarandi, BRS Piatã, BRS Quênia, BRS Paiaguás, BRS Zuri, BRS Ipyporã, BRS Tamani e BRS Integra.

Entre os canteiros,  Haroldo Queiroz,  zootecnista da empresa, atenderá os produtores durante os dias da feira. Veterano de Show Rural, Queiroz se destaca na programação a nova cultivar de Andropogon gayanus para pastagens, BRS Sarandi. Com domínio dos gêneros Brachiaria e Panicum maximum, no território brasileiro, esse capim-andropogon é uma alternativa, com recomendação de uso em ambientes mais desafiadores em relação ao clima, à fertilidade do solo e às principais pragas das pastagens, segundo relatam os melhores da Embrapa Cerrados (DF), responsável pelo desenvolvimento do material.

A BRS Sarandi ainda não está no mercado, mas é fato que ela se apresenta como opção em sistemas extensivos de produção animal. Já a BRS Integra, desenvolvida pela Embrapa Gado de Leite (MG), está no mercado desde o ano passado e é indicada para os sistemas integrados de produção, em solos de média a alta fertilidade. A cultivar apresenta maior produção de forragem na entressafra, elevada quantidade de folhas com qualidade nutricional e expressiva produção de palhada. Antes dessa cultivar de Urochloa ruziziensis ou Brachiaria ruziziensis , a cv. Kennedy era uma cultivar de ruziziensis existente no mercado, mas não desenvolvida para as condições edafoclimáticas brasileiras. 

O híbrido BRS RB331 Ipyporã é uma cultivar de Brachiaria resultado de um cruzamento entre B. ruziziensis e B. brizantha realizado em 1992, na Embrapa Gado de Corte
O híbrido BRS RB331 Ipyporã é uma cultivar de Brachiaria resultado de um cruzamento entre B. ruziziensis e B. brizantha realizado em 1992, na Embrapa Gado de Corte

Aos interessados ​​em intensificação, o capim BRS Quênia apresenta alta produção, forragem de qualidade e fácil manejo. O diferencial do material, apontado pelos especialistas, em relação às cultivares Tanzânia e Mombaça é a melhor arquitetura de planta, com touceiras de menor tamanho, maior densidade de folhas verdes e macias, colmos tenros e menores porcentagens de material morto, facilitado o manejo do pastejo e manutenção da estrutura do pasto mais favorável ao elevado consumo da forragem pelo gado.

Para solos de média a alta fertilidade, há uma cultivar híbrida  de Panicum maximum,   BRS Tamani. Seu porte baixo, com muitas folhas e perfis, oferece cobertura de solo e alto valor nutritivo. Indicada para sistemas de produção no bioma Cerrado, o capim tem bom estabelecimento quando intensificada e elevada intensidade nos períodos secos e chuvosos, mas baixa tolerância ao encharcamento.

Com alto grau de resistência à mancha das folhas, causada pelo fungo Bipolaris maydis , uma cultivar de Panicum maximum BRS Zuri é outra opção para diversificar e intensificar o sistema produtivo e em substituição ao Tanzânia em propriedades afetadas pelo fungo. Pesquisadores da Embrapa Gado de Corte (MS), envolvidos no melhoramento do capim, comentam que a produção da forrageira é compatível com a produção do Mombaça, com adoção recomendada sob pastejo rotacionado, devido ao crescimento cespitoso da planta.

Braquiárias

O primeiro híbrido de braquiária da Empresa, a BRS RB331 Ipyporã, é fruto do cruzamento de Brachiaria ruziziensis (R) com Brachiaria brizantha (B) e reúne as melhores características de cada uma delas – resistência a cigarrinhas de uma B. brizantha e alto valor nutritivo da B. ruziziensis . O material é aproximadamente 13% melhor em qualidade nutricional que o capim mais utilizado no Brasil, o Marandu, e isso proporciona um ganho de peso por animal maior, ao redor de 17%. 

Para o período seco e sistemas de produção integrados, há a cultivar Paiaguás, sendo de fácil utilização com milho safrinha e uma boa alternativa na entressafra da soja. Critérios como produtividade, vigor e produção de sementes são destaques, além de ajudar a resolver o problema do “boi sanfona”, que é a perda de peso do gado no inverno quando a disponibilidade de folhas no pasto diminui. Os melhores do estado ressaltam sua produção elevada de folhas, vigor, cobertura do solo, distribuição e produção ao longo do ano, sobretudo no inverno.

Lançada em 2007, a primeira cultivar de forrageira protegida da Embrapa, a BRS Piatã é uma planta de porte médio, moderadamente resistente às cigarrinhas típicas de pastagens. Por florescer cedo, nos meses de janeiro e fevereiro, melhor distribui a sua produção nos meses mais secos, destacando-se ainda pelo elevado valor nutritivo e alta taxa de crescimento e rebrota, com sistema de gestão semelhante ao capim-marandu
Embrapa

Fabiane Fagundes
Fabiane Fagundes
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital e psicóloga em formação.
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