O contrato das principais commodities agrícolas negociadas nas bolsas de Chicago (CBOT) e de Nova York (ICE Futures) fecharam a terça-feira (19) com movimentos distintos.
De acordo com Rafael Silveira e Allan Maia, analistas da Safras & Mercado, a soja e o milho recuam nas projeções de curto prazo apontadas pelas previsões meteorológicas que indicam chance de chuvas na Argentina e no Brasil.
“A partir do próximo mês, teremos uma ideia melhor sobre a safra brasileira de soja, nesse momento ainda é difícil quantificá-la já que provavelmente teremos novas perdas produtivas em função dos problemas climáticos que estão trazendo desafios a safra de soja no Brasil”, diz Silveira.
Quanto ao trigo, houve um movimento de alta em virtude das especulações em torno de fatores técnicos, com uma recuperação frente as quedas nas sessões anteriores.
“Além disso, houve relatos de tempestades severas na Argentina, que limitam as operações nos portos do país, podendo resultar em atrasos nos embarques de dezembro e janeiro”, diz Evandro Oliveira da Safras.
Por fim, o movimento de forte valorização para o café pode ser explicado pela desvalorização do dólar em relação ao real e outras moedas, juntamente com o aumento nos preços do petróleo, que contribuíram para sustentar o expressivo avanço nos preços em NY. O café atingiu o maior patamar desde outubro de 2022.
“Fatores fundamentais que respaldam esse movimento são as chuvas irregulares na região produtora de café do Brasil, acompanhadas por períodos de elevadas temperaturas. As apreensões quanto à potencial perda na produção do Brasil em 2024 são consideráveis”, completa Oliveira.
