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Síndrome da murcha põe em risco 30% dos canaviais no Brasil

Síndrome da Murcha da Cana pode reduzir em até 45% a produtividade dos canaviais, impactando a produção de açúcar e etanol no Brasil.

A Síndrome da Murcha da Cana (SMC) tem avançado rapidamente, comprometendo a produtividade e a rentabilidade de uma das principais culturas agrícolas do Brasil. De acordo com estudos da Syngenta, em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a doença pode reduzir a produtividade em até 45%, afetando diretamente a produção de açúcar e etanol, com impacto no índice de Toneladas de Cana por Hectare (TCH) e no teor de ATR (Açúcar Teórico Recuperável).

Atualmente, cerca de 30% dos canaviais brasileiros — mais de 3 milhões de hectares — já apresentam sinais da doença, com estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí, Mato Grosso e Tocantins sendo os mais afetados. Identificada na década de 1960, a SMC tem se intensificado, representando um desafio crescente para a cadeia produtiva.

Causas e Avanços da Doença

A SMC é provocada principalmente por fungos como Pleocyta sacchari, Fusarium spp. e Colletotrichum falcatum, que atacam os colmos da cana-de-açúcar, causando murcha, coloração avermelhada e até estruturas fúngicas visíveis. A disseminação da doença é acelerada por eventos climáticos extremos e pela falta de variedades resistentes. Para combater os prejuízos, Thales Barreto, gerente de marketing de fungicidas da Syngenta, destaca a necessidade de uma abordagem integrada, combinando pesquisa com estratégias de manejo eficazes, como corte antecipado e controle químico direcionado.

Impactos Econômicos e Sociais

Os efeitos da SMC vão além da perda de produtividade. A redução na qualidade da matéria-prima e a queda nos níveis de sacarose afetam diretamente a rentabilidade da cadeia sucroenergética, que gera mais de 10 milhões de empregos no Brasil. Além disso, o aumento nos custos de manejo e a perda de competitividade no mercado global são preocupações iminentes. A doença já causou prejuízos significativos na safra 2023/24, afetando regiões antes consideradas menos vulneráveis, como o Centro-Oeste e o Norte de Minas Gerais.

Pesquisa e Controle Químico

Desde 2021, equipes têm intensificado o monitoramento da doença, coletando amostras de plantas afetadas para análise no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento da Syngenta, em Holambra (SP). Os estudos apontaram que o fungicida INVICT® (com o ingrediente ativo Solatenol) tem se mostrado eficaz no controle de Pleocyta sacchari e Colletotrichum falcatum, sendo uma ferramenta essencial para os produtores. Além do controle químico, práticas como manejo do solo e a diversificação de cultivares também têm sido recomendadas.

Caminhos para a Sustentabilidade

A sustentabilidade da produção de cana-de-açúcar depende de uma ação coordenada entre pesquisa científica, políticas públicas e adoção das melhores práticas de manejo pelos produtores. O desenvolvimento de variedades resistentes à SMC e a aplicação de biotecnologias para aumentar a resiliência das lavouras são prioridades. Embora o controle químico continue sendo a principal estratégia no curto prazo, a colaboração entre empresas, instituições de pesquisa e produtores será fundamental para conter o avanço da doença e garantir a competitividade do Brasil como líder na produção de açúcar e etanol.

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