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Silagem: importância da gestão para alimentar os animais na seca

Curso do Senar Goiás dá capacitação sobre ensilagem e o uso do ensiladeira para fabricação desse alimento

Alimentar os animais durante o período de seca é um desafio. No Cerrado, as chuvas cessam em abril e só retornam em meados de setembro e outubro. Durante esses meses de estiagem, os pecuaristas precisam fazer toda a gestão da alimentação dos animais com volumoso, ração e silagem. Essa última, se realizada da maneira correta, tem sido uma alternativa viável e de bom rendimento.

A silagem é uma forragem verde, feita de grãos ou capim, que é destinada para alimentação animal. É obtida pelo processo de ensilagem em que se corta essa forrageira plantada, coloca no silo, compacta e faz a vedação.

“É uma forma da gente ter alimento para o animal ao longo do ano, principalmente no período seco do ano, onde temos limitações no uso das pastagens sem as chuvas. É um material de origem vegetal que é processado em uma máquina de corte e foi fermentado em um silo, sem a presença de oxigênio, em fermentação anaeróbica, seja de qualquer tipo de forrageira”, explica Athos Bonifácio Marinho, supervisor técnico do Senar Goiás de bovinocultura de corte e leite.

As culturas mais utilizadas nesse processo são: milho, de sorgo, de capim como o capim elefante e o capiaçu desenvolvido pela Embrapa, cana-de-açúcar e menos usada a de girassol.

Esse ambiente em que é reservado essa silagem vai propiciar que esse alimento conserve o valor nutritivo inicial da forrageira, por todo o período da estiagem por exemplo.

“A silagem ela se torna silagem depois de fermentada sem a presença de oxigênio. As bactérias que vão trabalhar essa fermentação são bactérias que só sobrevivem no meio anaeróbico, então a compactação vai expulsar esse oxigênio e quando você põe a lona de qualidade pra que não entre oxigênio de fora”, analisa.

Como produzir uma boa silagem?

O processo de preparação da silagem, chamado de ensilagem passa por diversas etapas, que o pecuarista precisa estar atento.

Silagem pronta para armazenagem. Foto: Divulgação

“Para o produtor fazer uma boa silagem, primeiro ele precisa ser um bom agricultor, iniciando no planejamento, escolher a área, fazer a análise de solo pra fazer o tipo de correção necessária com calcário, adubação de plantio e de cobertura. Outra questão é o processo de ensilagem, quando vai cortar essa forrageira para levar para o silo, local que vai passar pela fermentação, tem que ver o tamanho de partícula, ponto de corte correto, cuidado com a compactação dessa massa e com a vedação”, pondera o supervisor técnico.

Custos de Produção

Entre os destaques do custo benefício da silagem, Athos destaca que o planejamento e cumprimento de todas as etapas com muita atenção, é que garantem os resultados no final. Um processo que começa antes do plantio até a silagem pronta chegar no cocho.

“Imagina que tragédia perder praticamente todo ou parte do trabalho em um processo lá no final, isso onera o custo. Tudo tem que ter cuidado, do começo ao final pra evitar desperdício. Silagem ela vai ter o custo diminuído, se ela ter alta produtividade, que é em torno de 13 a 18 toneladas por hectare, com 30% de matéria seca”, orienta.

Athos afirma que o custo de produzir uma silagem só é menor do quê comprar ração ou silagem de terceiros, se o pecuarista fizer o dever de casa para a cultura que ele plantou pra alimentar os animais, produza grandes volumes.

“As silagens bem produzidas na última safra, conseguiram uma tonelada de matéria verde a R$ 180,00 e pra comprar essa mesma quantidade fora, está custando em torno de R$ 500,00 a tonelada. Então se optar por produzir, você tem um grande volume para ter vantagem”, conta.

Como alimentar os animais?

Antes de alimentar os animais, o supervisor técnico do Senar Goiás, indica que o produtor rural faça uma análise nutricional da silagem, para estimar a quantidade de alimento cada animal precisa comer.

“Porque se ficar silagem no cocho e o animal não comer, esse alimento com algumas horas já perde qualidade e palatabilidade. O produtor precisa ter números na ponta do lápis, trabalhar a gestão pra não ter prejuízo no final, depois de um processo de meses que começou no plantio da forrageira”.

Na hora de alimentar os animais, o pecuarista e o trabalhador rural precisam estar atentos ao tirar a quantidade de silagem correta do local de armazenamento, para evitar perdas na distribuição desse alimento até chegar no cocho dos animais.

“Quando vai tirar a silagem com carrinho é preciso ficar atento pra não desperdiçar ou derramar essa silagem pelo caminho. Quando tem vagão isso não acontece. Você precisa ter a linha de cocho adequada com espaçamento para a quantidade de animais que eu tenho e que vão comer ali, pra não ter concorrência dos animais. Não encher demais o cocho por falta de espaço e correr risco de os animais derramarem na hora de comer.

Capacitação Técnica

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) oferece curso gratuito de Ensilagem e Ensiladeira, que busca capacitar profissionais para produzir e conservar silagens, utilizando técnicas adequadas para elevar a produtividade e a qualidade do alimento produzido.

“O produtor que tenha vontade e quer aprender todos os conceitos de uma boa silagem, de todo o processo, como trabalhar com as máquinas, é só procurar o sindicato rural mais próximo do seu município e solicitar que o curso seja feito naquele local”, explica Athos Bonifácio Marinho, supervisor técnico do Senar Goiás.

No site do Senar Goiás, tem agenda de turmas abertas para Ensilagem e Ensiladeira nos municípios de Moiporá, Campinorte e Ipameri, outros municípios devem abrir agenda em breve.
Acesse https://sistemafaeg.com.br/senar/cursos-e-treinamentos/pecu-ria/ensilagem-e-ensiladeira ou pelo telefone (62) 3412-2700.

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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