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Senar Goiás orienta agricultores a usar bambu para sustentar pomar de maracujá

Técnica diminui até R$ 1.800 nos custos a cada 100 estacas e vem garantindo boa produção dos frutos

A agricultura familiar vem crescendo ano a ano e com isso novas ideias de cultivo também, já que a grande maioria dos pequenos produtores não conseguem investir grandes valores em uma lavoura por exemplo. É o caso do plantio de maracujá. Para começar com a formação do pomar, como a planta é uma trepadeira, é necessário a instalação de estacas de madeira de eucalipto, para que o maracujazeiro se alastre e produza muitos frutos.

Mas pensando no custo alto da estrutura de madeira, o engenheiro agrônomo e técnico de campo de Horticultura do Senar Goiás, Sidarta Oliveira, teve a ideia de utilizar o bambu como alternativa barata e sustentável para o desenvolvimento dessas plantas de cipó, como o maracujá.

“O preço da madeira todos dias em alta, resolvemos a substituir os palanques pelo bambu. Hoje em dia o produtor rural de olerícolas e frutas, necessita de uma grande quantidade de madeira para construção de seus estaleiros e com o bambu presente em qualquer propriedade e com fácil acesso a essa cultura, é fácil substituir a madeira, com um preço praticamente zero ao produtor. Na estrutura do maracujá, por exemplo, tivemos ótimos resultados”, explica.

Técnico de Campo do Senar Goiás, Sidarta Oliveira, em pomar de maracujá com estacas de bambu. Foto: Arquivo Pessoal

O técnico conta que no começo existiu uma certa resistência dos produtores, mas que aos poucos foi conseguindo orientar como fazer e mostrar as vantagens da opção. “Fomos fazendo a substituição da madeira (estacas) pelos bambus. Mas também descobrimos que para retirar os bambus (corte) tem uma lua certa (Minguante), para não carunchar e essa sabedoria popular tem toda exatidão”.

Segundo o técnico, esse tipo de estrutura com o bambu pode ser uma ótima opção em várias culturas além do maracujá, como uva, o chuchu, o tomate, a abóbora, o pepino e até em galpões e viveiros de mudas. Os estaleiros duram em média dois anos. “Notei que poderia melhorar essa durabilidade e tive a ideia de fazer um revestimento de garrafa pet na base onde vai enterrar uns 50 cm a 1 metro, aquecemos para o plástico grudar no bambu e assim enterramos. Também na ponta revestimos com a pet para não infiltrar água, o que aumentou significativamente a sua durabilidade. Podemos citar palanques de bambu já com 3 a 4 anos preservados”, orienta o técnico.

O casal Sebastiana Santos e Cleomar de Oliveira plantam maracujá, na Fazenda Brisa Mansa, no município de Palmeiras de Goiás. Eles moram em uma propriedade cedida para o cultivo do fruto. A família não tinha como arcar com um grande investimento no maracujá e foi o técnico do Senar Goiás, que os orientou a pensar no bambu como alternativa. Deixaram de comprar 100 postes de eucalipto, cada um custando R$ 18 e assim economizaram R$ 1.800.

“O técnico e meu marido tiveram a ideia de usar o bambu. O técnico mostrou pra gente como daria um bom resultado. Aí construímos o pomar com as estacas de bambu, que aqui na nossa região tem muito. Tem que pegar eles bem verde, usamos no meio para sustentar os pés de maracujá. Fez um ano que usamos eles, plantamos 214 mudas e vem sendo bom”, lembra a agricultora Sebastiana Santos.

Agricultora Familiar Sebastiana Santos, em seu pomar de maracujá, no município de Palmeiras de Goiás. Foto: Arquivo Pessoal

A área do pomar é de 50 metros por 50 metros. É a primeira safra, mas o casal vem colhendo cerca de 80 quilos do fruto por semana. A família viu que o custo de produção com o bambu era menor e foi uma boa saída pra melhorar a renda.

“Com o bambu ficou mais barato pra gente do que a madeira. Começamos a colher o maracujá lá em dezembro, vendemos em Palmeiras e Palminópolis. E quando não vende a fruta, vende a polpa. Agora daqui um mês e meio mais ou menos tem colheita de frutos de novo. O que a gente ganha dá pra fazer as despesas de casa e ainda sobra um pouquinho pra economizar, daí depois pensamos em ampliar a plantação”, conta a agricultora familiar.

Além da parte econômica, outra vantagem do bambu é a sustentabilidade. “O bambu funciona perfeitamente na sustentabilidade, onde se elimina o corte de árvores, já que tem bambu disponível na propriedade, o que contribui para a preservação do meio ambiente e ainda torna a atividade mais rentável”, analisa o técnico de Campo, Sidarta Oliveira.

Assistência Técnica

O produtor que quiser receber assistência técnica e gerencial, é só procurar o Senar Goiás, presente nos Sindicatos Rurais dos munícipios mais próximos da sua propriedade. Para saber onde tem uma unidade, clique no link https://sistemafaeg.com.br/faeg/atuacao-regional

Depois de procurar o sindicato rural, um técnico de campo vai até você para orientações, onde é feito o diagnóstico da atividade, o planejamento estratégico, adequação de tecnologias, a capacitação profissional e a avaliação de resultados.

Cursos Senar Goiás

Para quem quer fazer cursos e treinamentos gratuitos presenciais, também pode procurar o sindicato rural mais próximo. No caso do maracujá, o Senar Goiás disponibiliza um treinamento voltado para o cultivo da cultura, através do link https://sistemafaeg.com.br/senar/cursos-e-treinamentos/agricultura/fruticultura-maracuj.

E se você quer desenvolver novas habilidades no campo sem sair da propriedade, o Senar Goiás também oferece cursos gratuitos e treinamentos online. Basta acessar o site do Senar Goiás https://ead.senargo.org.br/

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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