O cenário no agronegócio em Goiás tem mudado após o começo de 2023, em que uma proposta do Governo gerou novos tributos na produção do estado, em que recursos arrecadados serão destinados à infraestrutura.
O presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás), Joel Ragagnin, e o vice-presidente da Agopa (Associação Goiás dos Produtores de Algodão), Carlos Alberto Moresco, falaram sobre esse desafio em coletiva de imprensa concedida nesta quarta-feira, 29 de março, no estande da Aprosoja na Tecnoshow.
O agro tem crescido bastante nos últimos anos, mas os produtores tem notado um recorrente aumento nos custos de produção. Segundo dados do Conab, há uma expectativa de queda na área plantada de milho na segunda safra, algo raro de acontecer. Altos custos e perda da janela de plantio são fatores principais.
Segundo Ragagnin, o produto é e sempre será contrário a essa taxação. “Isso vai ser repassado ao consumidor. Podemos até não perceber, mas estará lá”, disse o presidente da Aprosoja. Segundo ele, o produto tem um prazo a ser seguido, o que dificulta tudo.
Ainda, de acordo com ele, estão sendo tomadas medidas para recorrer a essa decisão. “Cada um busca sua forma de recorrer aos desafios e nós estamos buscando nossa forma”, disse Ragagnin.
Sobre demanda e mercado externo, na média dos últimos cinco anos, Goiás exportou 49,3% da soja produzida no estado. De acordo com dados do MDIC/SECEX, no período de 2021/22, a porcentagem foi de 57% no total, sendo 10,02 milhões de toneladas de soja.
De acordo com Moresco, a batalha é do dia a dia, ao plantar, ao guiar recursos e demandas. “Precisamos estar sempre em busca de soluções. Por isso, vem a necessidade de se criar associações, como a Agopa e a Aprosoja, para que possamos unir forças”, disse o vice-presidente.
Reportagem: João Augusto Landim