O Ministério da Agricultura confirmou que está apurando um possível caso de “mal da vaca louca” no Pará. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, o animal teria entre 7 e 8 anos e foi encontrado no campo e não em um frigorífico, com sinais de morte pela doença nervosa Encefalite Espongiforme Bovina. Ainda segundo as fontes, testes preliminares deram negativo para a raiva e positivo para EBB. Agora amostras foram enviadas para o Canadá, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), e podem sair a qualquer momento.
Como os sintomas foram vistos em um animal de idade avançada, as fontes ouvidas pelo Valor acreditam ser um caso “atípico”, normalmente sem riscos de gerar barreiras para as exportações de carne bovina do país. As últimas ocorrências do gênero no país foram em Minas Gerais e Mato Grosso, em 2021.
Apesar disso, os frigoríficos já se atentam a uma possível barreira pela China, que pode pressionar o preço do boi e das carnes. O país consome metade das exportações de carne brasileira e criou um embargo em 2021. “Nesse momento de alta oferta e margens menores, pode gerar um estrago grande”, disse outra fonte ao Valor.
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Sobre os casos atípicos EEB
O “mal da vaca louca” – encefalopatia espongiforme bovina (BSE, na sigla em inglês) – é uma doença neurodegenerativa que tem como agente patogênico uma forma de proteína chamada príon. Ela pode ser transmitida ao homem e provocar a Doença de Creutzfeldt-Jakob, também neurodegerativa.
Em episódios atípicos, a doença é desenvolvida espontaneamente e o risco de contaminação é mínimo. Os casos graves são os que ocorrem por meio da ingestão de farinha de carne e ossos, proibidos na alimentação dos animais do Brasil. Nunca houve um caso clássico da doença da “vaca louca” no país.
Fonte: Mapa