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Produtores rurais estão preocupados com a falta de recursos depois da suspensão do crédito rural

Pequenas, médias e grandes propriedades usam o recurso para custeio das safras e investimentos em tecnologia

O ministério da Economia, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS), decidiu suspender no dia 07 de fevereiro, as operações de crédito rural para a safra 2020/2021, até 28 de fevereiro. Segundo a pasta, a falta de dinheiro para realizar os pagamentos, foi provocada pela alta na taxa Selic e no IPCA. A situação deixou produtores rurais, bancos e entidades financeiras preocupados.

O crédito rural é um recurso destinado pelo Governo Federal, que ajuda produtores rurais e agricultores familiares a custear as safras, investir nas propriedades, além de apoiar à industrialização e comercialização dos produtos. São várias linhas de crédito rural, em que as condições estão definidas no Manual de Crédito Rural – MCR. A maior parte dessas linhas contam com taxas fixas e podem ser subvencionadas pelo Governo Federal.

O Crédito Rural é operacionalizado pelos bancos integrantes do Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR, autorizados pelo Banco Central do Brasil – BCB, que disponibiliza em seu site informações mais detalhadas.

Segundo levantamento da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), só de julho a dezembro de 2021, equivalente a seis meses da safra 2021/2022, os produtores rurais contrataram R$ 159,7 bilhões em crédito rural, alta de 30% em relação ao mesmo período da safra anterior.

Essa importância do crédito no agronegócio, traz a maior das preocupações dos produtores rurais com essa suspensão, segundo análise de Leonardo Machado, do coordenador institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás, que é o comprometimento das safras.

“O Governo Federal tirar do crédito rural os valores no mês fevereiro, é uma situação preocupante, porque muitos produtores já estavam buscando e aguardando a liberação desse crédito nas agências, para o custeio da safrinha de milho, por exemplo, que começou a ser plantada em fevereiro e essa retirada pode dificultar essas operações. Então, tanto o pequeno, médio e grande produtor foi pego de surpresa e mostra bastante preocupação, em relação a retomada dessas linhas de crédito”.

As consequências dessa suspensão no crédito rural, podem significar não só dificuldade para custear o trabalho no campo, mas também no final da safra prejudicando o aumento da produção.

“O crédito ele é o oxigênio da economia, então quanto mais crédito, mais fácil para o empreendedor pra ele desempenhar sua atividade. Logo quando você tem redução de crédito, você tem redução de tecnologia, você não tem aumentos de produção, você fica muito restrito, então você tem um limitante sobre esse processo”, analisa Leonardo.

O setor produtivo, como a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, tem buscado o diálogo com o Governo Federal, para retomar as operações de crédito o quanto antes, que impacta a safrinha e se continuar pode prejudicar o próximo Plano Safra 2022/2023.

“A Faeg por meio da CNA entrou em contato com o Ministério da Economia, buscando a volta do acesso ao crédito. A nossa preocupação além dessa situação pontual de fevereiro, é a situação do próximo Plano Safra, onde com certeza vai ter uma discussão de nova discussão de taxa de juros, recursos liberados e é essa que vai ser nossa preocupação daqui pra frente”, explica o coordenador do IFAG.

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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