A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, reportou um prejuízo líquido de R$ 956 milhões no quarto trimestre do ano passado, contra um lucro de R$ 964 milhões no mesmo intervalo de 2021. Sem R$ 356 milhões relacionados ao acordo de leniência firmado no âmbito da operação Carne Fraca, que não tem efeito caixa, segundo a empresa, o resultado seria negativo em pouco mais de R$ 600 milhões. O desempenho desconsidera o impacto do acordo firmado em dezembro por não ser de natureza recorrente, explicou a jornalistas o diretor financeiro da companhia, Fabio Mariano. Não entrou na conta também os ganhos obtidos em decorrência da hiperinflação na Turquia, onde a BRF opera com a marca Banvit.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu quase 40%, para R$ 1,03 bilhão. A receita líquida, por sua vez, cresceu 7,6%, para R$ 14,8 bilhões. A alavancagem ficou em 3,75 vezes, contra 3,12 vezes no mesmo momento de 2021.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu quase 40%, para R$ 1,03 bilhão. A receita líquida, por sua vez, cresceu 7,6%, para R$ 14,8 bilhões. A alavancagem ficou em 3,75 vezes, contra 3,12 vezes no mesmo momento de 2021.
De acordo com a empresa, o resultado reflete principalmente a queda dos preços médios das proteínas no mercado externo durante esse período e a persistente dificuldade para repassar os custos ao consumidor no Brasil.
A receita do segmento Brasil da empresa cresceu 7,7% no quarto trimestre, comparando anualmente, para R$ 7,76 bilhões. O Ebitda ajustado caiu 20,8%, para R$ 685 milhões. Externamente, a BRF vendeu R$ 6,2 bilhões, um aumento de 7,3%, mas o Ebitda foi 68,4% menor, de R$ 208 milhões.
No mercado asiático, a receita foi 13,5% menor entre outubro e dezembro de 2022 do que no trimestre imediatamente anterior, somando R$ 1,48 bilhões. Segundo a companhia, a média de preços da carne de frango exportada caiu 8,5% e ainda houve uma desaceleração nas vendas ao Japão e à Coreia do Sul, resultado dos altos níveis de estoques locais e da estabilização da oferta na região.
Para tentar reverter o resultado negativo, a BRF estuda uma série de desinvestimentos, a começar pelo negócio de ração para animais. Incluindo esse ativo, a empresa também estuda a venda de granjas não-essenciais, negócios florestais e créditos fiscais. No total, o grupo pretende enxugar R$ 4 bilhões em negócios.
“Tomamos a decisão de vender [o negócio de pet food] porque recebemos várias manifestações de interesse. Entendemos que os indicativos de valuation são bastante atrativos e o movimento nos ajudaria a priorizar o nosso core business”, disse Mariano.