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Plantio de soja está liberado em Goiás; agricultor aguarda volume de chuva para semear

Vazio Sanitário da cultura terminou no sábado dia (24), período de plantio vai até 31 de dezembro segundo Agrodefesa

Terminou no último sábado (24) o vazio sanitário da soja, período no qual não pode haver plantas vivas da cultura no campo. Desde o domingo (25), os produtores já podem iniciar as operações de semeadura da safra de verão 2022/2023. A medida vem sendo adotada ao longo dos últimos anos com o objetivo de reduzir a incidência precoce da ferrugem asiática nos cultivos de verão. Iniciado em 27 de junho, o vazio sanitário totalizou 90 dias.

“Os maiores beneficiados são os produtores, porque com a eliminação das plantas hospedeiras durante o vazio sanitário, menor é a incidência do fungo da ferrugem nos plantios de verão, inclusive retardando o surgimento da praga, o que implica na redução de custos pela aplicação de fungicidas em menor quantidade”, ressalta o presidente da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), José Essado.

Fiscalização

Dados da Gerência de Sanidade Vegetal da Agrodefesa indicam que o vazio sanitário alcançou as metas de manter as áreas cultivadas sem plantas vivas de soja. No total, foram realizadas 2.791 ações de fiscalização, com aplicação de 60 autos de infração em todo o período, ou seja, em apenas cerca de 2% das áreas fiscalizadas foram encontradas plantas vivas de soja durante o vazio.

Safra 2022/2023

Além de regular o período de plantio da safra de verão, a Instrução Normativa nº 02/2022 estabelece outras mudanças em relação à cultura este ano. Uma delas se refere à obrigatoriedade do cadastro das lavouras no Sistema de Defesa Agropecuária (Sidago), que antes era realizado em até 15 dias após o término da semeadura.

Agora, o cadastro pode ser feito até 15 de janeiro de 2023, independentemente da data do plantio. Contudo, o cadastramento após esse prazo e/ou a falta de pagamento da taxa de cadastro serão considerados descumprimentos da Normativa.

Outra mudança é a proibição do cultivo de soja em sucessão à soja na mesma área e no mesmo ano agrícola. A medida é necessária já que o cultivo de soja sobre soja favorece o desenvolvimento e perpetuação da ferrugem asiática, uma vez que o procedimento cria uma ‘ponte verde’ de um cultivo para outro. A consequência é o aumento do número de aplicações de fungicidas, a elevação dos custos e maiores danos ao meio ambiente, além da possibilidade de perda da eficiência dos produtos no controle da doença.

Abertura da Safra Estadual de Soja acontece em Paraúna

As chuvas dos últimos dias têm animado os agricultores de Goiás. Com o fim do vazio sanitário, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) e o Sindicato Rural de Paraúna promoveram a Abertura Estadual do Plantio de Soja, na Fazenda Santa Bárbara, em Paraúna. O evento teve palestras sobre previsões climáticas para a safra 2022/23, cenário eleitoral, e ainda o ato simbólico de abertura do plantio, com plantadeiras em campo.

A fazenda trabalha com agricultura irrigada, com 18 pivôs centrais que somam uma área de 1.200 hectares com cultivo de soja, milho (semente e grão) e feijão.

Irrigação em destaque

Na região Sudoeste de Goiás, o município de Paraúna foi escolhido por ser um dos destaques na produção agrícola goiana. É o 5º município com maior área de soja em Goiás (são mais de 115 mil hectares cultivados, segundo o IBGE) e também se destaca na irrigação, sendo o 4º município goiano com maior área irrigada por pivôs centrais.

“O plantio representa o início de mais um ciclo que se renova todos os anos, semeando a fé e a esperança de colher os melhores frutos do nosso trabalho e possibilitando a geração de riquezas e oportunidades para as comunidades que se sustentam do agronegócio”, destaca o presidente da Aprosoja-GO, Joel Ragagnin.

Safra em Números

Nos cálculos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima incremento de 3,5% na área cultivada em Goiás, chegando a 4,15 milhões de hectares, com potencial de produzir 16,5 milhões de toneladas de soja, a depender do clima. A expectativa, segundo o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), é colher 63 sacas por hectare.

“O produtor aguarda com muita ansiedade o plantio e com isso as chuvas. É importante que essas chuvas sejam constantes e num volume que permita que o solo tenha uma boa umidade e proporcione uma germinação tranquila das plantas, garantindo boa produtividade. O produtor precisa estar atento ao zoneamento de risco climático (ZARC), que é utilizado para o seguro rural, que em alguns municípios começa a partir de 01 de outubro. Em geral o produtor goiano está bem otimista, as perspectivas de chuva são boas”, analisa Leonardo Machado, coordenador institucional do Ifag.

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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