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Novas alíquotas sobre o etanol agradam usineiros

“É a previsibilidade que o setor precisa para ofertar energia de baixo carbono para o Brasil e o mundo”

A decisão do governo Lula de aumentar os tributos federais sobre os combustíveis preservando o diferencial de alíquota entre gasolina e etanol vai devolver a competitividade do biocombustível aos carros flex.  A medida, que aplica o dispositivo previsto na emenda constitucional 123, aprovada no ano passado, foi comemorada pelos usineiros, que amargaram com vendas em queda e perda de valor desde o início da desoneração.

O PIS/Cofins sobre a gasolina irá para R$ 0,47 o litro e para o etanol, R$ 0,02 o litro, o que mantém o diferencial de R$ 0,45 o litro que havia até maio de 2022. A Cide seguirá zerada. Essa alteração já reduz a correlação entre o etanol hidratado e a gasolina nos postos de São Paulo de 74% para 67%, segundo cálculo da consultoria StoneX.

Ontem, a Petrobras também anunciou redução do preço da gasolina A em R$ 0,13, para compensar o efeito inflacionário da reoneração e porque havia espaço para ajuste mesmo dentro da política de paridade de importação. Com o repasse do custo na cadeia, na prática a correlação do etanol nos postos paulistas é ajustada para 69,3%, nos cálculos da StoneX.

O percentual ainda é inferior aos 70%, em que etanol e gasolina entregam o mesmo rendimento na média da frota flex brasileira, embora em modelos mais recentes, o biocombustível tenha desempenho de até 75% do fóssil.

O discurso de Haddad, que ressaltou a necessidade de recompor receita para garantir responsabilidade fiscal e a importância ambiental da reoneração, foi um bálsamo para produtores. Em uma troca de afagos, lideranças empresariais se alinharam ao ministro na pressão pela queda dos juros.

Agora precisamos tirar das cotas do Haddad e jogar nas costas do BC” – Guilherme Nolasco- presidente da União Nacional de Etanol de Milho

“Para que tenhamos mais investimentos no setor e em toda a economia, esperamos também que o Banco Central possa reconhecer essa decisão como compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e possa promover a tão necessária redução da taxa de juros em nosso país” –  Mário Campos Filho, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético

Fabiane Fagundes
Fabiane Fagundes
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital e psicóloga em formação.
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