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Matopiba: a potente fronteira agrícola do agronegócio brasileiro

Região é compreendida por porções dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia; produz diversas culturas agrícolas

Matopiba é uma região formada pelo estado do Tocantins e partes dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, onde aconteceu forte expansão agrícola a partir da segunda metade dos anos 1980, especialmente para cultivo de grãos. O nome é uma junção do acrônimo das siglas dos quatro estados (MA + TO + PI + BA).

Mapa Região do Matopiba


O baixo custo das terras comparado às áreas consolidadas do Centro-Sul, levaram alguns produtores rurais a investir na época, na nova fronteira agrícola. A expansão aconteceu sobre áreas de cerrado, especialmente pastagens subutilizadas e só foi possível pela disponibilidade de tecnologias para viabilizar os plantios nas condições locais.

Segundo o assessor regional do Senar no Oeste da Bahia, Sunny Aaron Soares, o projeto da região começou com a chegada de produtores rurais do sul do país.

“O Projeto Matopiba inicia-se com a chegada dos sulistas para à região atraídos pela oferta de terras baratas. Logo começou a produção de grãos, algodão, café entre outras. A oportunidade de se produzir em larga escala, permitiu a transformação que a região sofreu em todos os setores, infraestrutura de estradas e das cidades, comércio e prestação de serviços”, aponta.

Na região, a exploração de pecuária extensiva já existia antes da década de 80 e com a necessidade de se produzir grãos, essencialmente soja e milho, que são importantes componentes da ração animal; de forma sustentável as áreas de pastagens foram sendo substituídas por uma extensa área de produção agrícola.

Durante a expansão, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fez um estudo sobre a região a pedido do Governo Federal, com a cooperação técnica do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O resultado apontou que Matopiba compreende 337 municípios, que somam cerca de 73 milhões de hectares, onde existem em torno de 325 mil estabelecimentos agrícolas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Características

O bioma Cerrado ocupa 66,5 milhões de hectares, o equivalente a 91% da área do Matopiba. Remanescentes do bioma Amazônia (5,3 milhões hectares ou 7,3% da área) e Caatinga (1,2 milhões de hectares ou 1,7% da área) são encontrados nos limites noroeste e leste da região. Três bacias hidrográficas estão presentes: Bacia do Rio Tocantins (ocupando 43% da área do MATOPIBA), Bacia do Atlântico: Trecho Norte/Nordeste (com 40%) e Bacia do Rio São Francisco (com 17%).

Clima

Na extensão central do território do Matopiba, o clima tropical semi-úmido predomina, em aproximadamente 78% do território, com temperaturas médias acima de 18°C em todos os meses do ano e períodos de seca entre 4 a 5 meses. Já o limite leste é caracterizado por um clima semi-árido, com baixa umidade e precipitação, com 6 meses secos e temperaturas elevadas acima de 18°C em todos os meses do ano.

Agricultura

A produção agropecuária do Matopiba é marcada pelas grandes colheitas de grãos, especialmente soja, milho e algodão. Estima-se que a região seja responsável por quase 12% da produção brasileira de soja.

A porção baiana da região é a segunda maior produtora brasileira de algodão, atrás apenas do estado do Mato Grosso. Mas os imóveis rurais da região também abrem espaço para frutas, raízes e tubérculos, espécies florestais e pecuária.

“Somente na Bahia, estima-se uma área plantada de 2,28 milhões de hectares, segundo o Conselho técnico da AIBA, destacando-se as culturas da soja, algodão e milho, respectivamente. O relevo plano do Cerrado, favorece a mecanização, o clima contribui por ter uma estação chuvosa bem definida, o que permite o planejamento adequado da produção considerando essas particularidades de sazonalidade do clima”, conta Sunny Aaron.

Pecuária

A pecuária, principalmente bovinocultura de corte, vem se desenvolvendo ao longo dos anos na região, pelo acesso mais próximo aos grãos para alimentação animal nos confinamentos.

“De forma muito mais profissionalizada, com tecnologias de produção que vai desde melhoramento genético dos animais, variedades de pastagens mais resistentes aos efeitos de pragas, doenças e a seca, até sistemas de manejo agropecuário utilizando drones”, explica o assessor regional do Senar Bahia.

A Mina de Ouro do Agronegócio

Matopiba é considerada a última fronteira agrícola do Brasil e o desenvolvimento vem acontecendo no campo e na cidade da região. Explorações agropecuárias, comércio, turismo e serviços vem crescendo no território.

“Na Bahia pela sua expressiva produção de grãos e com índices de produtividade superiores à Estados tradicionais, contribui para a regulação na oferta de alimentos para o restante do país, abastecendo em grande parte setor granjeiro do Nordeste”, conta.

Futuro

Para o assessor regional do Senar no Oeste da Bahia, ainda há potencial para crescimento na região, principalmente em áreas em processo de recuperação, com uso de tecnologias dos insumos e equipamentos agrícolas, seja da semente até armazenamento e transporte.

“Como o Cerrado Baiano é banhado por importantes rios e também sobre o aquífero Urucuia (em fase de estudo do seu potencial hídrico para exploração), a agricultura irrigada tem ganhado espaço, utilizando equipamentos modernos tornando-a eficiente e sustentável. Um exemplo disso, é a produção de cacau plantado à pleno sol, algumas propriedades rurais no Oeste da Bahia iniciaram a implantação da cultura, atraindo grandes investidores globais”, exemplifica Sunny Aaron Soares.

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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