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Mapa registra 50 defensivos agrícolas, metade são produtos biológicos

Segundo analista do Ifag, trazer mais opções de formulados para o produtor garante competitividade e redução de custos

Ato n° 38 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado na última semana no Diário Oficial da União, traz o registro de 50 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores. Desses, 25 são produtos biológicos, sendo nove aprovados para uso na agricultura orgânica. 

Com o registro desses produtos, já somam 69 produtos de baixa toxicidade registrados em 2022. Os produtos de baixo impacto são importantes para a agricultura não apenas pelos aspectos toxicológico e ambiental, mas também por beneficiar as culturas de suporte fitossanitário insuficiente, uma vez que esses produtos são aprovados por pragas-alvo e podem ser recomendados em qualquer cultura.

Entre as novidades dos produtos biológicos, o fungo Cordyceps javanica, uma alternativa para o manejo de populações resistentes de mosca-branca, ganhou o seu primeiro registro no Mapa, com uso também aprovado para a agricultura orgânica. Os fungos entomopatogênicos estão entre os mais importantes inimigos naturais das moscas-brancas e penetram diretamente no inseto, sem necessidade de ingestão.

Um outro controlador biológico, o nematoide Heterorhabditis bacteriophora, que detinha apenas um produto no mercadoagora recebeu autorização para uso em um produto para controle das lagartas Spodoptera frugiperda e Scaptocoris castanea. spodoptera foi recentemente considerada como uma praga prioritária para a agricultura.

Também para Spodoptera frugiperda tem o primeiro registro do nematoide entomopatogênico Steinernema carpocapsae, que além de controlar a lagarta Spodoptera também é indicado para o controle de moscas-dos-fungos (Bradysia matogrossensis) e do bicudo-da-cana-de-açúcar (Sphenophorus levis).

Para a agricultura orgânica foram ofertados nove produtos, dentre eles o parasitoide Tetrastichus howardi, a vespinha parasitoide Telenomus podisi e os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, aumentando o leque de opções para o agricultor.

“Esses registros tem ganhado maior rapidez, reduziu um pouco a burocracia que existia. Todos esses registros são muito importantes não só para agricultura convencional, mas também para agricultura orgânica. Você traz mais possibilidades para o agricultor aumento de opções em novas tecnologias, com ingredientes novos que podem trazer maiores produtividades”, analisa Leonardo Machado, coordenador institucional do Ifag (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás).

Produtos Químicos

Já em relação aos produtos químicos registrados, pela primeira vez um produto formulado à base do ingrediente ativo Espiropidion será ofertado aos agricultores. Trata-se de um inseticida que estava em análise desde 2018 e é recomendado para o controle de pulgão, trips e mosca-branca nas culturas do algodão, feijão, soja e tomate.

“Destacamos o produto para combater a mosca-branca, que traz bastante problemas para nossa agricultura. Esse produto Espiropidion é muito utilizado na Argentina, que tinha o registro dele há um bom tempo e ele ganhou o registro aqui no Brasil, que vai ajudar bastante”, explica.

Menos Burocracia

Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração do mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.  

“Os produtos genéricos são aqueles que o seu ingrediente ativo já caiu a patente, então outras empresas podem utilizar esse ingrediente ativo para produzir o produto químico, que vão originar fungicidas e inseticidas. O grande ponto focal que você registra esses produtos genéricos, você vai dar uma maior disponibilidade de outras marcas para o agricultor, consequentemente o preço dos defensivos vai ser reduzidos, favorecendo uma redução nos custos”, aponta o coordenador institucional do Ifag.

Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais. 

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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