O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje (29), em Brasília, os últimos 16 nomes que completam o gabinete ministerial do novo governo. No total, o terceiro mandato do petista contará com 37 ministérios.
O anúncio dos futuros ministros busca contemplar a formação de uma base de apoio mais robusta no Congresso, com a inclusão de nomes de partidos como PSD, MDB e União Brasil, que ficaram com ministérios como Agricultura, Minas e Energia, Comunicações, Transportes e Pesca.
Para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi escolhido o senador Carlos Fávaro, do Partido Social Democrático (PSD) de Mato Grosso. Lula confirmou o nome do parlamentar também nesta quinta-feira (29).
Todos devem assumir seus postos em 1º de janeiro. “Esse pessoal vai começar a trabalhar e montar sua equipe, tudo isso certamente a partir de segunda-feira (2)”, disse Lula durante o anúncio, no Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB) de Brasília. “Acho que a gente vai começar o governo trabalhando, não vamos começar o governo vendo como é que tá”, afirmou Lula.
Perfil
Carlos Fávaro tem 53 anos de idade e é natural de Bela Vista do Paraíso, no norte do Paraná. Seu destaque no agronegócio e na política vem de Mato Grosso, onde vive desde 1986. É produtor rural que cultiva grãos, seguindo tradição familiar.
Representou entidades importantes do agronegócio, sendo presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e vice-presidente da Aprosoja Brasil. Foi presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores de Lucas do Rio Verde (Cooperbio Verde) e delegado-coordenador da Aprosoja pelo município de Lucas do Rio Verde.
Em 2014, foi eleito vice-governador do Mato Grosso pelo PP, junto a Pedro Taques, em 2014. Se filiou ao PSD para concorrer ao Senado Federal, não conseguindo se eleger em 2018. Em 2020, em eleição suplementar, foi eleito senador pelo estado, depois do mandato da então senadora Selma Arruda ser cassado.
Fávaro faz parte dos aliados de Lula e participou da sua campanha à Presidência da República, desde o primeiro turno. Durante a transição de governo, fez parte da equipe técnica de agricultura. Já vinha sendo cogitado para assumir o Ministério da Agricultura.
Fávaro agradeceu a oportunidade de gerir o Mapa, em post nas suas redes sociais, após ser confirmado como ministro e fez um compromisso de atuar com responsabilidade.
“Acabo de ser anunciado como ministro da Agricultura do governo Lula. Agradeço ao presidente @lulaoficial e ao vice-presidente @geraldoalckmin a confiança e ressalto que essa gratidão vem em forma de comprometimento. Os cargos são temporários, mas os erros nos perseguem por toda a vida e é por isso que eu digo que o Brasil poderá contar com meu compromisso e trabalho incansável”.
O senador reforçou a importância do agronegócio, sua trajetória como produtor rural e o compromisso em assumir o Mapa.
“O agro é o setor mais próspero do Brasil, com um enorme espaço para crescer e nenhum milímetro para retorceder. O avanço responsável, sustentável, contemporâneo, aliado a tudo que há de mais moderno e mais seguro para continuarmos evoluindo na segurança alimentar do Brasil e do mundo, é uma responsabilidade incomensurável. É um desafio que assumo com o cuidado de quem sabe que está cuidando da comida no prato da própria família, de uma trajetória de vida que começa muito antes de mim e eu sei que vai além”, afirmou no post.
Outros nomes
Além de Fávaro, foram anunciados nesta quinta-feira (29) outros nomes que assumirão Ministérios diretamente ligados ao agronegócio: Alexandre Silveira será ministro de Minas e Energia; Paulo Teixeira, da pasta do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; e Marina Silva, volta a comandar o Meio Ambiente. Uma primeira lista foi divulgada em 9 de dezembro, anunciando os ocupantes das pastas da Fazenda (Fernando Haddad), Relações Exteriores (Mauro Vieira); e Pesca e Aquicultura (André de Paula).
Lula acrescentou que ainda na primeira semana deve realizar uma primeira reunião de gabinete. Ele pediu aos novos ministros que sejam “democráticos” na montagem de suas equipes, garantido diversidade nos ministérios, e também que privilegiem nomes com qualificação técnica.
