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Jornada CNA: Especialistas debatem sobre educação, formação profissional, legislação trabalhista e geração de emprego no Brasil

A CNA irá formular as propostas do setor produtivo para apresentar aos candidatos à Presidência da República e aos parlamentares em 2022

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil promove a Jornada CNA – Eleições 2022, temas fundamentais para o país, com a participação de especialistas, políticos, lideranças e autoridades. A partir do que for debatido nos eventos, a CNA irá formular as propostas do setor produtivo para apresentar aos candidatos à Presidência da República e aos parlamentares, com o objetivo de contribuir com a construção de um país melhor para todos..

O presidente do Sistema CNA/Senar, João Martins, nesta terça (26), na abertura da segunda edição do Jornada CNA, disse que educação, formação e emprego são demandas permanentes e legítimas da população. A primeira Jornada discutiu as reformas tributária, administrativa e política.

Em seu discurso, Martins falou sobre a importância da geração de empregos como base do sustento, do amparo e da fonte de renda da maioria da população. “Conduzir um país ao desenvolvimento, gerando empregos, e empregos especializados, exige que se estabeleçam as condições necessárias, mantendo o país atualizado nos campos tributário, administrativo e político. Bem como ter uma legislação garantidora que regule adequadamente as relações de trabalho e o funcionamento dos sistemas educacional e de formação profissional”, disse.

Martins alertou também para a necessidade dos trabalhadores se adequarem à evolução de tecnologias e a digitalização em razão da concorrência cada vez mais acirrada. Caso contrário, diante de uma acirrada e permanente competição entre talentos, terão dificuldades para assumir novos empregos, ressaltou.

“O que podemos fazer hoje, no campo da regulamentação das relações de trabalho e da reestruturação da educação e da formação para evitar um cenário futuro de, ao mesmo tempo, muito desemprego e falta de trabalhadores qualificados? Decididamente, precisamos atualizar nossos sistemas de educação e formação, para que sejam à prova de futuro”, disse o presidente.

Desta forma, avaliou, educadores e formadores só poderão levar a educação e a formação para um modelo ideal no futuro se estiverem preparados para o desafio. “Precisamos investir muito nos educadores e nos formadores, pois para executar a educação e a formação precisamos reunir um grupo grande de pessoas preparadas”.

“Não é exagero afirmar que a grande riqueza de um estado é o contingente de recurso humano preparado, que habita suas fronteiras. Construir um ambiente assim é um desafio para a nossa democracia”, concluiu João Martins.

Educação

Os especialistas de educação destacaram dois pontos que consideram fundamentais e que precisam ser revistos em relação à agricultura e à educação: o material didático utilizado em sala de aula e a formação dos profissionais.

“O agro sofre mais do que os demais setores por causa das características da educação brasileira e com a campanha que é feita dentro de sala de aula no sentido de criar uma imagem extremamente negativa do setor, dos empreendedores rurais e empreendimentos agrícolas que vêm produzindo alimentos para a população brasileira e mundial”, disse a ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Ilona Becskehazy.

Ela ressaltou que é necessário seguir alguns pilares para se ter uma educação de qualidade e eficaz, como livros que forneçam opções de didáticas para os alunos, além de profissionais capacitados que dominem as técnicas de ensino.

Formação Profissional

O painel contou com a participação do diretor de Inovação e Conhecimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e diretor-geral da Faculdade CNA, André Sanches; do superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai, Felipe Morgado, e o administrador de empresas e escritor brasileiro, autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial, Max Gehringer.

Felipe Morgado destacou que mais da metade das atividades de trabalho poderão ser automatizadas com a tecnologia atual e da próxima década. Segundo ele, o mundo do trabalho digital requer pessoal cada vez mais qualificado e o maior desafio será aumentar a produtividade, inovação e eficiência dos trabalhadores.

“O futuro do emprego depende de velocidade, inovação tradicional, inovação disruptiva e difusão tecnológica. O foco estratégico deve estar na formação, requalificação, aperfeiçoamento e especialização de trabalhadores”, afirmou.

Ele também ressaltou a importância da educação técnica e profissional como estratégia e a aderência às metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Para Morgado, o ensino médio precisa ser “passaporte” para o futuro, possibilitando uma inserção qualificada no mercado de trabalho.

O diretor de Inovação e Conhecimento do Senar e diretor-geral da Faculdade CNA apresentou um panorama da educação no campo e apontou o descompasso entre a escolaridade e as novas competências tecnológicas do setor rural brasileiro.

André Sanches fez um balanço sobre o cenário atual da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) e apresentou um histórico, números e ações propositivas do Senar. “A Educação Profissional e Tecnológica conecta escola e mercado de trabalho, proporciona a aprendizagem contínua para trabalhadores de todas as idades e contribui para o desenvolvimento social e econômico”, disse.

Legislação trabalhista e geração de emprego no Brasil

O debate sobre emprego teve participação do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), jurista e professor da ENAMAT, Ives Gandra Martins Filho, do administrador de empresas e ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e do professor da USP, doutor em Direito pela Universidade de Harvard e sócio do escritório PGlaw, Carlos Portugal Gouveia.

Durante sua fala, Ives Gandra afirmou que hoje a questão da empregabilidade no Brasil passa necessariamente pela reforma trabalhista, que continua sendo implementada mesmo após sua aprovação, em 2017. “Não se trata de uma reforma, mas sim de uma modernização da legislação, cujo objetivo era aumentar a empregabilidade no país e trazer maior segurança jurídica”, disse.

Com relação aos impactos da reforma para o setor rural, o ministro destacou as negociações coletivas, que tiveram os parâmetros estabelecidos. “A nova legislação deixou que as próprias partes envolvidas fizessem as negociações e estabelecessem as normas e condições de trabalhos”.

Segundo o ministro do TST, os artigos 611-A e 611-B da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) foram fundamentais para as negociações coletivas. A reforma trabalhista estabeleceu que, o que as partes negociarem deverá ser respeitado pelo Judiciário, e a negociação passa a ser regra, e não exceção.

Para o ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, a legislação trabalhista brasileira precisou passar por uma modernização para preservar o emprego e garantir proteção de direitos e segurança jurídica nas relações.

“A modernização da lei favoreceu tanto o trabalhador contratado como o contratante. Perante a lei, todos são vistos como iguais”, explicou Nogueira.

De acordo com Ronaldo, apesar do aumento da geração de emprego no país, ainda existem 35 milhões de brasileiros em situação de extrema pobreza e que precisam de qualificação. “Sem desenvolvimento econômico, nós não vamos conseguir”.

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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