Descubra como cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de Cádiz (UCA), na Espanha, revolucionaram a extração de compostos valiosos das cascas de jabuticaba (Plinia cauliflora). Em um estudo publicado no Journal of Food Composition and Analysis, eles introduziram um método inovador que não só maximiza a obtenção de antioxidantes e corantes naturais, mas também destaca sua potente ação anti-inflamatória.
O foco principal foi na antocianina, um poderoso antioxidante encontrado não apenas na jabuticaba, mas também em frutas como morango, amora e framboesa. Além de conferir cores vibrantes como vermelho, azul e violeta a essas frutas, a antocianina é reconhecida por seu papel na redução da inflamação no corpo humano.
Utilizando técnicas avançadas de extração e purificação, os pesquisadores ajustaram cuidadosamente os parâmetros para alcançar um rendimento máximo. A fase de purificação foi especialmente aprimorada com a aplicação de um biossorvente desenvolvido a partir do próprio resíduo da jabuticaba, agindo como um filtro seletivo para isolar as antocianinas com eficiência superior a 90%.
Este método não apenas superou um adsorvente comercial padrão em termos de eficiência, mas também demonstrou um impacto ambiental significativamente menor, alcançando uma pontuação alta na métrica EcoScale de avaliação de sustentabilidade.
Embora ainda em fase de adaptação para implementação em larga escala, este avanço representa um passo importante rumo à valorização de resíduos agrícolas e ao desenvolvimento de processos mais sustentáveis na indústria alimentícia.
Este estudo é resultado do trabalho conjunto de renomados pesquisadores, liderados pela Professora Tânia Forster-Carneiro da Unicamp, e abre novas perspectivas para aplicações futuras desses compostos bioativos de alto potencial terapêutico e industrial.
