Dois dos três frigoríficos listados na B3 anunciaram ontem que estão redirecionando os pedidos chineses de carne bovina para suas plantas na Argentina e no Uruguai. O esforço é para mitigar o prejuízo causado pela auto suspensão das exportações brasileiras nas vendas dessas empresas e ao longo da cadeia.
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Devido ao possível caso atípico de “vaca louca”, o Ministério da Agricultura suspendeu voluntariamente ontem os embarques da proteína, como prevê o acordo com a China. Agora cabe a Pequim dar o sinal verde para a retomada dos negócios – e não há prazo para isso. Em 2019, foram 13 dias de espera. Em 2021, mais de 100 dias.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, recebeu ontem o embaixador da China para tratar da situação. O laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (Omas), no Canadá, deve divulgar o resultado dos exames até o fim da próxima semana. A expectativa no mercado é que a China reabra as portas em março.
Diferença entre Vaca Louca típica e atípica
A encefalopatia espongiforme bovina (EEB) Típica , causada por um príon infectante, surgiu na década de 1980 na Europa como uma nova doença nos rebanhos bovinos e, desde então, estão sendo tomadas várias ações para sua prevenção e controle. A restrição da alimentação de ruminantes com subprodutos de origem animal e a remoção e destruição dos materiais de risco específico para a doença das carcaças em frigoríficos se mostraram efetivas medidas para o controle da doença, além de reduzirem a exposição humana ao agente, pois se trata de uma importante zoonose.
No entanto, em 2004 os primeiros casos atípicos de EEB foram diagnosticados, nos quais os agentes causais apresentavam alterações de peso molecular na prova de Western blot, em relação ao agente da forma clássica. Além das diferenças moleculares dos agentes, as apresentações clínicas mostraram-se diferenciadas nas formas atípicas, acometendo principalmente bovinos com idade superior a oito anos e estudos mostram que esse tipo de infecção não é transmitida para outros animais e nem pelo consumo da carne do animal.
Fontes: Valor econômico e Artigo Científico