Políticos voltados ao agronegócio e entidades do setor, se pronunciaram sobre os atos antidemocráticos, que aconteceram neste domingo (8), em Brasília. Manifestantes invadiram e vandalizaram o Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou nota repudiando os atos. A entidade que defende o desenvolvimento agropecuário brasileiro no Congresso, disse que o setor produtivo “não compactua ou têm participação nos atos antidemocráticos acontecidos na Capital Federal”.
Ainda reforçou que o augronegócio brasileiro é um dos pilares do desenvolvimento brasileiro e que leva comida de qualidade à mesa das pessoas no mundo com responsabilidade.
Em declaração, realizada durante viagem oficial à Araraquara (SP) para avaliar danos das chuvas na região, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez um pronunciamento sobre os atos antidemocráticos, dizendo que possivelmente produtores rurais que adotam práticas proibidas de manejo no campo, estiveram entre os envolvidos na manifestação.
“Aquele agronegócio que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana possivelmente também estava lá. E essa gente toda vai ser investigada, vai ser apurada e vai ser punida”, disse.
A FPA em resposta ao presidente e às insinuações sobre a participação do agronegócios nos atos, a entidade afirmou que “declarações que atribuam ao setor participação nos ataques são descabidas e não retratam a real importância do agro brasileiro para o país. A bancada é contra a grilagem, o desmatamento ilegal e o uso irrestrito de pesticidas em lavouras. Assim, é importante esclarecer que a FPA e os representantes do agro prezam pela democracia e se posicionam contra quaisquer atos que gerem prejuízos aos país”.
Membro da FPA, vice-presidente da entidade na região Centro-Oeste, o deputado federal Nelson Barbudo (PSL-MT), afirmou em rede social: “Sou terminantemente contrário à depredação e vandalismo. Reconheço a indignação e o sentimento de impotência diante de tudo, mas não podemos perder a razão”.
Em outro post, o deputado orienta os manifestantes para voltarem para casa. “Foram cerca de 70 dias de manifestações e acampamentos pacíficos. Ontem devido a uma série de fatores que não cabem todos neste comentário, tivemos um desfecho negativo, que de certa maneira contribuiu com essa ação do Exército. Voltem para casa. A luta pela democracia terá que ser feita apoiando o legislativo, que terá muito trabalho em 2023”.
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Carlos Fávaro, disse em redes sociais que é “Inaceitável o ataque contra a democracia brasileira neste momento em que lutamos para recuperar a imagem do Brasil perante o mundo. Todos os nossos esforços serão empenhados na pacificação do país. Chega de tolerância com marginais. Contra o terrorismo, não há espaço para hesitação. Toda força da lei deve ser aplicada para proteger o Brasil e os brasileiros e brasileiras que fizeram do nosso país uma grande democracia. Nenhum retrocesso será aceito”, afirmou em post.
Intervenção Federal
O presidente Lula da Silva decretou intervenção federal na área de Segurança Pública do Distrito Federal até o dia 31 de janeiro. O presidente ainda anunciou que serão feitas investigações para descobrir quem são os financiadores da manifestação para invadir as sedes dos Três Poderes.