Produzir alimento é uma atividade desafiadora, a cada safra é um novo aprendizado. A mudança climática e da volatilidade dos preços trazem desafios intensos para produção do grão. A soja é a principal commodity agrícola do país, sendo responsável por cerca de 40% da produção agrícola.
Em Goiás, ela é uma das principais commodity. No ano passado a produtividade obtida foi de 65 sacas por hectare. Com o cenário atual, estima-se uma variação entre 50 e 55 sacas, ou seja, uma perda por hectare de 15 a 10 sacas. Entre as regiões mais atingidas estão Sudoeste de Goiás, Vale do Araguaia e Nordeste Goiano.
Esta semana foi divulgado um levantamento realizado a campo pelo pelo Sistema Faeg/Senar/Ifag e parceiros. A Expedição Safra Goiás envolveu 140 pessoas. As rotas técnicas e institucionais superaram os 6 mil km previstos, totalizando 8 mil km.
As cinco regiões, passando por 80 cidades, apresentaram plantações com situações diversas. Alguns grãos colhidos em situações de germinação e lavouras de safrinhas já semeadas. Tudo isso por causa da variação das condições climáticas.
Após essa situação, a equipe técnica trabalha com uma escala de perda entre 15 a 23%. No ano passado foram colhidas 17.7 milhões de toneladas de soja. Agora, devido a essa perda produtiva, pode-se estimar entre 13.8 a 15.2 milhões de toneladas para a safra 20233/24. Uma redução de até 3 milhões de toneladas. O presidente do Sistema Faeg/Senar/Ifag, José Mário Schreiner comentou as perdas no campo. Confira no vídeo:
No caso do plantio da safrinha, pode-se ter uma redução drástica de área plantada e com preços de milho mais elevados por segundo semestre. Trazendo impacto inflacionário para a criação de aves, suínos, pecuário de corte e leite. O assessor técnico de Agricultura da Faeg, Leonardo Machado, prevê uma menor renda para o produtor e orienta os produtores a trabalhar bem os acordos de pagamento de empréstimo. Confira no vídeo:
Os locais de mais agravamento de perda nas lavouras de soja foram percebidos nas regiões Sudeste do estado, com o predomínio do plantio precoce, na região do Vale da Araguaia, subindo para Caiapônia, para cima até Nova Crixás, e a região nordeste, como Posse. Até o momento o período inicial de colheita, abrange áreas de pivô, lavouras que anteciparam o ciclo por causa da questão climática, estão 3 a 5% ainda colhidas.
O produtor que ainda vai começar esse processo precisa ficar muito atento com os próximos passos. O clima daqui para frente será fundamental para a definição da produtividade destas lavouras. É o que afirma o coordenador técnico da Ifag, Alexandro Santos. Confira no vídeo:
O resultado no campo traz um alerta aos produtores sobre a necessidade de adotar novos manejos com a soja goiana.
A Expedição Safra Goiás teve o apoio do Sebrae Goiás, Seapa, Agrodefesa, Emater, Embrapa, Conab, Sicoob Secovicred, Nissan/Saga, Bayer e Agrotrends.