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Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural: 25 de maio ou 25 de julho?

Temos duas datas para lembrar que somos trabalhadores e trabalhadoras, como profissão

A data do 25 de maio  comemora como o dia do trabalhador rural, homenageia todas as pessoas que trabalham na agricultura: os agricultores, os trabalhadores assalariados e os camponeses.

Rompendo a desvalorização, eles são responsáveis por mais de 70 por cento do alimento que a população brasileira consome e coloca na mesa. É um setor que se une em agricultura familiar, com produção voltada para o consumo interno.

 Essa data foi oficialmente criada como o Dia do Trabalhador Rural, pela lei nº 4.338, de 1º de junho de 1964. O dia foi escolhido em razão do falecimento, por acidente aéreo, do deputado federal Fernando Ferrari, em 25 de maio de 1963.

 Ferrari foi um dos políticos mais engajados na luta dos trabalhadores rurais, por seus direitos e questões.  Segundo a biografia, foi responsável por dois projetos para o campo: ajudou a redigir o estatuto do Trabalhador Rural, e em 1971  foi instituído o programa de Assistência ao Trabalhador Rural, que ficou conhecida como lei Fernando Ferrari.

Em síntese, podemos dizer que a data de 25 de maio comemoramos o dia do agricultor e o reconhecimento do trabalhador rural como uma profissão.

Ou seria 25 de julho…

Já no dia 25 de julho, celebramos também como o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural e Dia Internacional da Agricultura Familiar. Esta data, é mais celebrada pelo Movimento Sem Terra (MST) e pela Igreja Católica, que reconhecem este dia como o nosso dia, embasado na questão histórica.

O MST tem por tradição, desde sua gênese, de transformar o dia 25 de julho em dia de luta, convocando todos os anos jornadas de lutas, com ocupações e marchas. No Nordeste, a marcha dos agricultores e agricultoras no Sergipe tem se transformado em uma grande mobilização todos os anos. Já a Comissão Pastoral da Terra (CPT) realizava em vários estados as históricas romarias da terra.

A data 25 de julho, está relacionada à celebração do desembarque dos primeiros imigrantes alemães, que chegaram no dia 25 de julho de 1824, em Porto Alegre, e foram levados à Feitoria Real do Linho Cânhamo que, posteriormente, constituiria a sede de São Leopoldo. Lá eles formaram a primeira comunidade germânica no Brasil.

Desde então, no sul do Brasil, é celebrado o dia 25 de julho como o dia do colono. Politicamente esta data foi lembrada e celebrada nas comemorações do centenário da chegada dos imigrantes no Brasil, em 1924.

O termo colono se refere ao trabalhador e à trabalhadora rural que vivem em colônias, em comunidades e recebe um lote pra trabalhar na agricultura, também podemos dizer que “colono era aquele que se fixava em uma colônia”.

Existem diferenças regionais no Brasil para caracterizar o colono. No sul do país e no sul do Espírito Santo, colono é o trabalhador rural que vive com sua família, em uma pequena ou média propriedade. Em São Paulo, por exemplo, o termo era utilizado para identificar trabalhadores rurais meeiros, que trabalhavam de meia para o patrão, ou seja, entregava ao dono da terra a metade do que produzia.

Já no Nordeste ainda se usa o termo colono quando se fala de proprietários de lotes situados em áreas de projetos de irrigados, em especial na Bahia e Pernambuco, às margens do São Francisco. Colonos são hoje trabalhadores e trabalhadoras rurais, da agricultura familiar, camponeses que vivem e produzem trabalhando na terra.

A diferença entre as datas podem ser assim sintetizadas: o 25 de maio tem a simbologia mais voltada à celebração da criação da lei que oficializa a data como o dia do trabalhador rural; enquanto o 25 de julho tem se configurado como dia de luta, de mobilizações, de ocupação de terras.

Fabiane Fagundes
Fabiane Fagundes
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital e psicóloga em formação.
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