O comportamento de mercado das commodities brasileiras, a redução na estimativa da produção de soja apontada pelo Boletim da Conab, motivada por problemas climáticos nos principais estados produtores, deverá implicar também uma menor exportação da oleaginosa em grãos neste ano.
Além disso, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento de biodiesel ao diesel, de 12% para 14%, o que indica que haverá um incremento na demanda interna de óleo de soja.
Para o arroz, a previsão da safra brasileira de 2023/24 é de 7,2% a mais do que a safra de 2022/23, com um volume de 10,8 milhões de toneladas. Estima-se uma manutenção do consumo nacional em 10,3 milhões de toneladas.
A recuperação produtiva e a menor oferta de importantes países exportadores, possivelmente, resultarão em um aumento para 2 milhões de toneladas no volume exportado pelo Brasil. Projeta-se uma manutenção do volume importado em 1,5 milhão, em razão ainda da necessidade de recomposição da oferta nacional. Os estoques devem ficar próximos da estabilidade, estimados em 1,7 milhão de toneladas.
A estimativa de menor produção de milho para a safra 2023/24, somada à maior oferta disponível no mercado internacional (em meio à boa safra norte-americana), deverá reduzir o volume de exportações brasileiras do grão em 2024, mas de acordo com o Boletim da Conab, o Brasil deve continuar a ser o maior exportador de milho do mundo.
Já para o trigo, apesar de ter sido colhido um pouco mais de 8 milhões de toneladas, devido aos problemas climáticos houve perda qualitativa e será necessário importar mais trigo com PH panificável, acarretando em um ajuste no quantitativo de importações, passando de 6 milhões para 6,2 milhões de toneladas. Com as alterações, estima-se encerrar a safra 2023/24 de trigo com estoque de passagem de 393,6 mil toneladas.
O algodão teve aumento de área sinalizado em 6,2% nesta safra, porém, a redução da produtividade, devido a questões climáticas menos favoráveis, deverá torná-la ligeiramente menor do que a anterior e atingir 3,1 milhões de toneladas.
A melhora que vem ocorrendo no desempenho da economia nacional tende impulsionar o consumo interno da pluma de algodão em 2024, que deve ficar em torno de 730 mil toneladas. Como as exportações apresentam um crescimento e devem atingir 2,5 milhões de toneladas, o estoque final de algodão deverá cair para 2,04 milhões de toneladas.
Os dados completos sobre o 4° Levantamento da Safra de Grãos 2023/24 e as condições de mercado destes produtos podem ser conferidos no boletim publicado no Portal da Conab.