A cana-de-açúcar é uma planta fibrosa e de formato cilíndrico, podendo chegar a até seis metros de altura, sendo do grupo das gramíneas, assim como o arroz, o milho, a cevada e outras gramíneas.
É nativa do continente asiático, mas o primeiro contato do homem com ela foi na Nova Guiné, ao norte da Austrália. No Ocidente, ela passou a ser conhecida a partir 327 A.C. e mais tarde no século XI durante o período conhecido como cruzadas. Mas foram os egípcios, no século X, que desenvolveram o processo que clarifica o caldo de cana e produziu um açúcar de qualidade.
A planta é rica em sacarose e serve principalmente para a produção de açúcar, álcool, que está presente a bebidas como a cachaça, e etanol, que é usado como combustível.
Cana-de-Açúcar no Brasil
A cana-de-açúcar chegou ao Brasil por volta de 1520, pouco depois dos portugueses. Durante a colonização, foi trazida para cá por conta da alta demanda no mercado internacional (que via o açúcar como uma iguaria cara). Os portugueses se aproveitaram das condições favoráveis do país para seu plantio: o solo, principalmente do litoral e o clima, que possibilitavam o cultivo em larga escala. No século XVI, se tornou um dos nossos cultivos mais importantes.
Segundo Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, responsável pelas pesquisas da cultura, a história da produção de cana-de-açúcar se confunde com a história do Brasil
“O plantio da cultura no país teve seu início quase que junto com o processo de colonização, principalmente na região Nordeste, com o objetivo de produzir açúcar pra atender o mercado interno ainda incipiente e também como um dos primeiros produtos de exportação naquele momento”, explica.
Do Nordeste, parte da produção migrou para a região centro-sul principalmente a região de São Paulo e arredores, que hoje é a principal produtora da cana, mas o Nordeste continua produzindo. As duas produzem em épocas diferentes, quando uma região está em safra a outra está em entressafra.
Expansão
A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil, em um processo de adaptação feito pelos próprios produtores, porque ainda não existiam institutos de pesquisa. Graças a tecnologia e os estudos, a cultura hoje é uma das principais culturas agrícolas produzidas no Brasil.
“Foi necessário nos últimos anos um desenvolvimento em inovação, o trabalho da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária], institutos de pesquisa e universidades, da adaptação dos sistemas de cultivo da cana, colheita, pragas e doenças, plantas daninhas, irrigação. Foram desenvolvidas novas variedades mais adequadas para o processamento industrial e isso é responsável pelo grande salto de produção da cana que se teve nos últimos anos. Investimento em melhoramento genético colocou o país nesse processo de expansão”, analisa.
Produção
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área cultivada com cana-de-açúcar destinada à atividade sucroalcooleira, na safra 2022/23, foi de 8.127,7 mil hectares, redução de 2,6% em relação à área colhida em 2021/22, são informações do último levantamento.
O Brasil, hoje lidera o ranking mundial da produção de cana-de-açúcar e também é o maior exportador de etanol, derivado da cana.
Produtos da cana-de-açúcar
A cana está presente nos alimentos, nos combustíveis, na eletricidade… em diversos aspectos que tornam nosso cotidiano mais confortável. Além de ser responsável por geração de empregos, desenvolvimento econômico, social e sustentável envolvidos no cultivo e nos processos relacionados à cultura.
“É uma cultura agrícola que tem vários derivados como: o açúcar (40 milhões de toneladas produzidas por ano); etanol para frota de veículos leve (30 bilhões de litros de etanol). A biomassa pode ser utilizada para gerar energia elétrica a partir da queima de bagaço (20 gigawatts instalada no país, 20% da matriz energética brasileira); a vinhaça que é o líquido resto do processo da fabricação de açúcar e etanol, que é usado na própria lavoura como biofertilizante e também para produção de biogás que pode substituir gás natural; a partir do biogás para produzir hidrogênio; plásticos a partir da cana”, conta o chefe-geral da Embrapa Agroenergia.