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Café: importância social e econômica para além da xícara consumida todo dia

Cultura faz parte da história do agronegócio brasileiro e da renda de milhares de famílias na atualidade

O café, originário da Etiópia na África, encontrou raízes no solo brasileiro, onde começou a ser cultivado no século XVIII, a partir de mudas, que chegaram pelo Estado do Pará, por Francisco de Melo Palheta, em 1727.

“O café entrou pelo Nordeste depois se espalhou, chegou no Rio de Janeiro. Inclusive a floresta da Tijuca já foi uma plantação de café, na época do império, mas o imperador Dom Pedro II pediu para restituir a floresta. O café expandiu para o Paraná e depois para São Paulo. E hoje o principal produtor é o estado de Minas Gerais. Faz parte da nossa história e da nossa economia”, conta Lucas Tadeu Ferreira, chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café.

A cultura do café durante o século de XIX e o início do século XX, foi a principal fonte de renda de exportação da economia brasileira, o que garantiu a sustentação do Império do Brasil e da República Velha, graças ao aumento da demanda dos europeus e norte-americanos pelo produto.

Na primeira metade do século XIX, a produção cafeeira supera a produção de açúcar, tornando a cultura o maior produto exportado e fazendo os grandes produtores, conhecidos como “barões do café”, homens ricos, que fortaleceram a economia do Império.

“A importância social e econômica do café é enorme. Se você pegar a partir da Proclamação da República em 1889 até o fim da chamada Velha República em 1930, havia a república café com leite. Um presidente representava o café que era de São Paulo e outro representava o leite em Minas Gerais e comandavam o país revezando. Até 1930, o café tinha uma importância econômica gigante no Brasil, era a cultura mais importante. De lá pra cá foram surgindo siderúrgica, centros industrias e etc”.

Produção Atual

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2022, o país deve produzir 50,38 milhões de sacas na safra 2022, sendo 32,4 milhões de toneladas de café do tipo arábica e 17,9 milhões de toneladas do tipo conilon, aumento de 5,6% em comparação ao ciclo de 2021.

A receita bruta total dos cafés do Brasil prevista para 2022 foi calculada em R$ 61,82 bilhões, tendo como referência a safra de café estimada e os preços médios recebidos, segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em agosto.

Para o café da espécie arábica, o faturamento bruto das lavouras foi estimado em R$ 47,48 bilhões, que correspondem a 77%. Já o café conilon ou robusta, a receita foi calculada em R$ 14,34 bilhões, o que equivale a 23% do total das lavouras cafeeiras do País.

Com base na estimativa da receita bruta, do arábica e do conilon, o ranking brasileiro de produção está assim: Minas Gerais, ocupará o primeiro lugar, com previsão de faturamento de R$ 33,28 bilhões, em torno de 54% do faturamento nacional; seguido do Espírito Santo, com R$ 13,84 bilhões (22,4%) e do Estado de São Paulo, com R$ 5,96 bilhões (9,6%). Em quarto vem a Bahia, com R$ 3,97 bilhões (6,4%), Rondônia, com R$ 2,93 bilhões (4,7%); em sexto o Paraná, com R$ 754,65 milhões (1,2%). Os outros estados produtores completam os 100% do faturamento bruto da cultura no Brasil.

O Valor Bruto da Produção da Cafeicultura (R$ 61,82 bilhões), equivale a 7,4% do total das dezessete lavouras brasileiras principais, que é de R$ 838,25 bilhões. O que posiciona o café brasileiro em quarto lugar em relação ao faturamento total das demais lavouras.

Produtividade do Café em Goiás

Mesmo não configurando entre os maiores produtores de café do Brasil, o estado de Goiás deve alcançar a maior produtividade de café entre os estados, de acordo com o 3º Levantamento do Café, divulgado em setembro, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A previsão é de Goiás bata a marca de 44,6 sacas por hectare na safra 2022, o que representa aumento de 10,3% em relação à safra anterior. Minas Gerais, que é o principal produtor nacional deve ter rendimento médio de 21,7 sacas por hectare. O Espírito Santo, vice-líder na produção, terá produtividade de 41,2 sacas por hectare. São Paulo figura em terceiro lugar na produção, mas com rendimento de 19,5 sacas por hectare.

A expectativa, de acordo com a Conab, é de que a produção em Goiás seja de 280 mil sacas neste ciclo, aumento de 20,9%, produzidas em uma área de 6,3 mil hectares, alta de 9,6%. O Estado é o oitavo maior produtor nacional e a produção representa 0,55% do total do País, cuja expectativa é de 50,3 milhões de sacas.

Goiás produz unicamente a variedade arábica e o beneficiamento da safra, cuja colheita teve início no mês de abril, deverá ser concluído ainda neste mês de setembro.

“O café está presente nas cinco regiões geográficas, em 16 estados da federação brasileira. Até agosto de 2022, ele gerou U$5,9 bilhões de dólares de receita cambial, é o quarto em quantidade de arrecadação. Gera em torno de 8 milhões de empregos diretos e indiretos. São mais ou menos 300 mil propriedades de café no Brasil”, explica Lucas Tadeu Ferreira.

Mais informações sobre produção, manejo, tecnologia da cultura do café, você pode acompanhar pelo site www.consorciopesquisacafe.com.br, na aba à esquerda Observatório do Café.

Consumo

Foto: Divulgação CNA

Vamos tomar um cafezinho?! Frase que dá para ouvir todo dia, seja a qualquer hora. É que o café se tornou patrimônio da rotina de grande parte dos brasileiros, o que tem aumentado a demanda pela produção. Sabor, aroma e energia, fazem do cafezinho diário, a bebida mais popular e mais consumida no mundo, depois da água.

Só em 2021, foram consumidas 21,5 milhões de sacas de 60 kg no país, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), atingindo consumo per capita 6,06 kg/ano de café cru e 4,84 kg/ano de café torrado ao ano. Consumo que sobe no mundo 1,5% ao ano.

Os benefícios da bebida também agradam, já que é rica em ácido clorogênico, ácido cafeico e kahweol, que são compostos bioativos com propriedades antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres, prevenindo envelhecimento precoce, câncer, depressão e diabetes.

Na cafeína, é estimulado o sistema nervoso central, ajudando a combater a depressão, melhorando o humor e a disposição física e mental. Mas, a ingestão recomendada para adultos é de 400 mg de cafeína por dia, o que equivale a aproximadamente 4 xícaras de 150 ml de café coado.

Janaina Honorato
Janaina Honorato
Jornalista especialista em agronegócio com formação em marketing digital. Experiência de 9 anos com comunicação para o agronegócio em reportagens de TV, rádio, impresso e internet.
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