O contrato da soja acumula uma desvalorização de 9,73% na bolsa de Chicago (CBOT), sem sinais de uma reação positiva no curto prazo. Em janeiro, a oleaginosa tombou 5,6%, enquanto no mês de fevereiro acumulado chega a 4,33%. Por volta de 15h18, o contrato futuro do grão com vencimento para maio recuava 1,13%, a US$ 11,78.
Dentre os principais fatores que influenciam a queda, há a configuração de maior oferta global da soja em 2024, com destaque para o nível de produção sul-americana e com o mercado de olho nos dois principais produtores da América do Sul, Brasil e Argentina.
“Mesmo o Brasil enfrentando todas as consequências de longos períodos de calor extremo e de tempo seco nas regiões centrais do país durante a fase do plantio, temos estimativas que apontam uma produção na casa dos 149 milhões de toneladas. No contexto geral, a Argentina segue com boas estimativas de produção e, segundo os últimos relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), podemos ter em torno de 50 milhões de toneladas vindos daquele país, o que certamente supre no mercado mundial as perdas observadas no Brasil”, explica Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado.
Saiba mais
Na visão de Silveira, a soja deve cair para patamar inferior a US$ 11. No entanto, isso dependeria de alguns fatores.
“Isso pode acontecer se Argentina produzir ótimos volumes e o Brasil registrar perdas consolidadas, coisas que só saberemos após a colheita. Além disso, os Estados Unidos devem revisar sua área plantada, o que poderia puxar Chicago ainda mais para baixo, caso houvesse novas reduções. Fora isso, um recuo para a demanda da China também representa um fato negativo para os preços”, avalia.
Por outro lado, uma reação positiva para a soja aconteceria apenas se as perdas do Brasil forem ainda maiores e se problemas inesperados na Argentina prejudicarem a safra do grão.