Defensivos agrícolas feitos à base de carbendazim estão proibidos no Brasil de forma definitiva. Em reunião extraordinária realizada nesta segunda-feira (8), a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, de forma unânime, barrar a utilização do produto nas lavouras do país.
A medida de hoje confirma a determinação anterior da própria Anvisa. Em junho, a agência havia sido responsável por medida cautelar que suspendia temporariamente o carbendazim. Na ocasião, a decisão foi tomada em meio ao processo de revalidação do defensivo agrícola — que teve a sua legalidade atestada em 2019.
O banimento em definitivo do carbendazim foi validado pelos quatros diretores que participaram da reunião de hoje. O relator do processo sobre o defensivo agrícola foi Alex Machado Campos, que votou “sim” pela proibição do uso do produto para fins agrícolas no país. Ele teve o entendimento seguido por Romison Rodrigues Mota, Meiruze Sousa Freitas e pelo diretor-presidente Antonio Barra Torres.
Na visão do grupo, o carbendazim apresenta riscos à saúde humana, sobretudo aos produtores rurais que o manipulam em meio às propriedades rurais. “Presumidamente tóxico para reprodução em humanos”, afirmou Campos durante a reunião da diretoria da Anvisa, ao destacar o resultado feito pela equipe técnica do órgão.
A diretoria da Anvisa definiu que a decisão contra o carbendazim entrará em vigor de forma imediata a partir da divulgação do resultado da votação de hoje.
Proibição do carbendazim é criticada por entidades
O parecer da Anvisa vai na contramão da posição de entidades ligadas ao agronegócio. Em julho, mais de 30 organizações se posicionaram contra a suspensão do carbendazim. Já neste mês de agosto, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) avisou que se organizava para formular projeto de decreto legislativo (PDL) com intuito de derrubar a suspensão então imposta.
“Defendemos o carbendazim para continuarmos a fazer o tratamento das sementes e facilitar o acesso do produtor rural a um fungicida mais econômico e eficiente”, afirmou o presidente da FPA, o deputado federal Sérgio Souza, do MDB do Paraná.