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Mercado de insumos biológicos agrícolas cresce 52% entre safras

O Brasil registrou uma movimentação de US$ 827 milhões no mercado de bioinsumos na safra 2022/23, o que corresponde a uma alta de 52% ante o ciclo anterior, que movimentou US$ 547 milhões, segundo levantamento da Kynetec, líder global em dados, análises e visões sobre agricultura e saúde animal.

De acordo com a apresentação “Mercado e Aplicação de Produtos Biológicos – Tendências e Desafios”, de Marco Antonio Nogueira e Mariangela Hungria, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Soja), o país lidera a aplicação de bioinsumos agrícolas em todas as categorias, em um mercado de biopesticidas que cresce 2,5 vezes mais rápido do que no restante do mundo.

Esse e outros tópicos relacionados a esse mercado serão tema do BioSummit 2024, principal evento de insumos biológicos da América Latina, que acontece nos dias 28 e 29 de maio no Royal Palm Hall, em Campinas (SP).

De acordo com Cristiano Limberger, gerente de Atendimento ao Cliente da Kynetec e um dos palestrantes do evento, o mercado de bioinsumos no Brasil tem evoluído de maneira muito significativa nos últimos anos.

“Quando avaliamos um período histórico de seis safras, houve um crescimento médio em área tratada próximo de 25%”, afirma. “Apesar do crescimento de uso, as taxas de adoção ainda são relativamente baixas principalmente em algumas regiões do país. Ou seja, existe um espaço significativo para a expansão do uso destes importantes produtos”, avalia.

Limberger irá falar sobre o tema “Mercado de Bioinsumos – Números, Crescimento e Perspectivas: Mercado Brasileiro de Bioinsumos”; acompanhado pesquisadora colombiana que falará sobre o mercado latino-americano de biológicos, Alba Marina Cotes, e do pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Wagner Bettiol.

Para Alba, um dos motivos para esse crescimento pode ser creditado ao fato de que o uso exagerado e indiscriminado de agroquímicos (pesticidas e fertilizantes) tem sérias implicações para a saúde humana e para o meio ambiente. Essa utilização tem propiciado a resistência à diversas pragas, fazendo com que os agricultores apliquem ainda mais pesticidas, com consequências negativas nos custos de produção.

“Isso fez com que os produtores implementassem estratégias de manejo biológico. Em relação aos fertilizantes químicos, os seus efeitos na saúde humana, no ambiente e nos custos de produção levaram à utilização de biofertilizantes e bioestimulantes como alternativas”, destaca.

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Limberger pontua que a cana-de-açúcar é a principal cultura em termos de adoção e frequência de uso, com um histórico de manejo mais antigo, principalmente com macroorganismos para o controle de broca-da-cana.

“Já em potencial, a soja aparece como o principal cultivo em função da magnitude de área e também da alta adoção na região do Cerrado. Nesse mercado, os bionematicidas representam o principal produto utilizado. No milho, os biológicos se encaixaram muito bem no controle cigarrinha, praga que cresceu bastante nas últimas safras, com uma demanda significativa de aplicações de inseticidas. Já outros cultivos, como café, algodão e hortifrutis em geral, também ampliaram o uso de biológicos e representam potencias importantes para a continuidade do crescimento dos bioinsumos.”

Para Bettiol, algumas medidas devem ser adotadas de imediato para aumentar o uso do controle biológico no Brasil e manter sua liderança mundial no setor.

“Proponho dez medidas, entre elas a recuperação da qualidade dos solos; desenvolvimento de bioherbicidas; desenvolvimento de técnicas para o controle biológico da ferrugem asiática da soja; seleção de agentes de biocontrole adaptados às mudanças climáticas; treinamento em controle biológico por pessoas qualificadas e investimento em pesquisa e desenvolvimento”, destaca.

O evento é promovido pela FB Group, com o apoio da Embrapa, Associação Nacional das Empresas de Produtos Fitossanitários (Aenda), Associação Brasileira de Bioinovação (Abbi), Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Instituto Federal Farroupilha, Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Jaboticabal, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sociedade Entomológica do Brasil (SEB), Rede de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Bioinsumos do Rio Grande do Sul (REDEITEC Bioinsumos/RS), entre outras entidades nacionais com a participação da indústria.

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