O momento atual é de alta para os preços. No mês de novembro, há expectativa para uma maior demanda, então as indústrias vão tentar um reajuste no varejo, enquanto aguarda uma confirmação dessa demanda mais elevada.
Quanto à oferta, o cenário que se desenha é cada vez mais restrito, com alguns estados como o Rio Grande do Sul avançando no plantio. Existe ainda muita preocupação com o clima com a intensificação do El Niño.
“O fenômeno climático se aproxima do seu pico agora em novembro, com reflexo em dezembro e janeiro e previsão de neutralidade apenas entre abril e maio. As chuvas atrapalham os trabalhos em algumas lavouras do RS, com atraso no plantio. Cenário típico de El Niño que deve interferir nos preços mais à frente”, o que explica Evandro Oliveira, consultor na Safras & Mercado.
Segundo Oliveira, podemos projetar um ingresso de oferta vindo do Paraguai entre novembro e dezembro.
“Dessa forma, uma queda nos preços só deve acontecer a partir da entrada da safra do RS no mercado, entre fevereiro e março”, pontua.
Saiba mais
Segundo o especialista, os preços da saca gaúcha de arroz estão em torno de R$ 105, com a máxima histórica para o balizador sendo registrada em outubro de 2020, em R$ 105,60. Em setembro, o arroz avançou 3,2% no IPCA e acumula inflação de 10,29% de janeiro até o mês passado.
“Estamos bem próximos dessa máximas, e algumas projeções apontam para que esses preços superem esse registro de 2020 ainda nesta semana, mas há expectativa de baixa liquidez pelo feriado (Dia dos Finados), o que deve conter esse impulso”, analisa.
Já para as exportações, o Brasil deve encerrar outubro com 100 mil toneladas embarcadas, um bom número, considerando a escassez de oferta no mercado interno.
“Os Estados Unidos estão com uma colheita praticamente encerrada, uma produção maior e preços muito mais atrativos, em torno de US$ 410 por tonelada, que, convertido para saca de 50 kg, fica em torno de US$ 20,50, enquanto o preço de exportação no Porto de Rio Grande está em US$ 21,50”, discorre.
Desse modo, os Estados Unidos conseguem vender para maiores mercados deficitários, como México, Costa Rica e Venezuela, o que prejudica as exportações do Brasil.
Oliveira destaca que, por conta dos preços mais atrativos, Mato Grosso, Tocantins e Minas Gerais vão ampliar suas áreas plantadas com o grão, além de serem beneficiados pelo clima mais favorável nas regiões.