Com o fim da colheita de verão, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fez ajustes em sua estimativa de produção para 2022/23.
A indicação agora é que o país colha 312,5 milhões de toneladas de grãos e fibras, o que representa um acréscimo de 40,1 milhões de toneladas ou 15% quando comparada com a temporada 2021/22. Em relação ao último relatório da autarquia, divulgado em março, a nova projeção é 2,5 milhões de toneladas maior.
LEIA TAMBÉM:
CNA protocola liminar no STF para impedir invasões de terras
Esses números são reflexo de uma área plantada 3,3% maior que no ciclo passado, com 77 milhões de hectares, e produtividade 11% superior, com 4.059 quilos por hectare. Ambos os números foram levemente elevados em relação ao último relatório. No entanto, a Conab ressalta que o resultado consolidado da safra ainda depende do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas de segunda e terceira safras.
A soja segue como o produto com maior volume colhido no país, com uma produção estimada em 153,6 milhões de toneladas, 22,4% superior ao colhido no ciclo passado e 1,4% mais que o previsto em março.
Para o milho, a Conab aponta para um aumento tanto em área como em produção. O cultivo do cereal está estimado em 21,97 milhões de hectares, acréscimo de 1,8% em relação a 2021/22, com aumento para a área semeada na segunda safra e redução na primeira. A colheita total do grão está estimada em 124,89 milhões de toneladas, influenciada pelo incremento da produção de 8,8% na primeira safra e de 11% na segunda, podendo chegar a 27,24 milhões de toneladas e 95,32 milhões de toneladas, respectivamente. Os números do milho sofreram pouca alteração em relação ao último relatório.
Outro produto que apresenta crescimento é o sorgo, influenciado pela perda da janela ideal de plantio do milho em algumas regiões produtoras e por ser um produto mais resistente à estiagem, a produção do grão pode ultrapassar as 3,7 milhões de toneladas nesta safra, 26,2% mais que em 2021/22.
A produção de arroz permanece estimada em 9,9 milhões de toneladas, decréscimo de 7,9% em relação ao último ciclo. “O menor volume produzido é explicado pela queda na área, aliada às condições climáticas adversas registradas no desenvolvimento da cultura, sobretudo no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão”, diz a Conab em seu texto.
Por fim, a produção de feijão, considerando as três safras, continua estimada em 2,9 milhões de toneladas, 1,3% menos que em 2021/22. O motivo é a redução de 3,5% na área de cultivo, ao mesmo tempo que é estimada uma produtividade média 2,3% maior.