Atraso da colheita de soja pode influenciar aumento de frete rodoviário em até 15%
O Pesquisador do Grupo de Pesquisas e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Fernando Bastiani, afirmou, durante o evento virtual On-Board Agro logística, que o ciclo da colheita da safra 2021/22 foi muito adiantado em alguns Estados, o que resultou num pico entre os meses de janeiro e fevereiro e escalonou o escoamento da safra. Neste ano, com as chuvas em excesso, os trabalhos voltaram a um ritmo mais normal e a colheita ocorrerá em todo País, praticamente na mesma época, o que pode refletir no aumento dos preços dos fretes rodoviários para o escoamento dos grãos de 10% a 15% nos próximos dois meses.
Segundo ele, a rota de transporte entre Rondonópolis (MT) e Paranaguá (PR) poderá ter preços médios próximos a R$ 400 a tonelada, pico atingido no ano passado em julho. Na ocasião, além de o Brasil ter acabado de colher uma safra recorde de milho, havia concorrência com o transporte de açúcar e os preços dos combustíveis estavam em patamares recorde, afastando alguns caminhoneiros da atividade.
Em contrapartida, o frete de retorno tende a ficar mais barato agora devido ao escoamento continuo da soja, disse Bastiani.
Em 2022, dados da EsalqLos mostrou que o preço do frete para transporte de grãos subiu entre 37% e 44% na comparação com 2021. No caso dos fertilizantes, a elevação ficou entre 20% e 25%. O frete para o açúcar aumentou de 60% a 70%, por causa da retomada da moagem, que havia caído no ciclo anterior, e da concorrência com a safrinha de milho.
Fonte: EsalqLos e Valor Econômico