A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República emitiu nota afirmando que nenhuma linha de crédito rural do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi fechada.
Embora o comunicado diga que as linhas foram restabelecidas agora com a disponibilização de R$ 2,9 bilhões, após suspensões ocorridas em outubro de 2022 por falta de recursos, o Jornal Valor havia mostrado que esses programas já foram suspensos novamente e estão com protocolos para pedidos de financiamentos fechados no momento.
A nota do governo diz que as linhas foram reabertas em janeiro e que a nova diretoria do BNDES priorizou a alta demanda dos produtores e cooperativas, viabilizando R$ 2,9 bilhões de “recursos adicionais”.
Por sua vez, O BNDES, diz que a reabertura ocorreu no dia 1º de fevereiro e que os recursos disponibilizados eram de saldos remanescentes dessas linhas, e não adicionais.
A instituição acrescentou ainda que “no dia 03/02/2023, às 12h, os programas que ainda permanecem com protocolos abertos para novas operações são: Moderagro, ABC Ambiental e algumas linhas do Pronaf”.
No dia 2 de fevereiro, o BNDES enviou comunicado aos bancos credenciados informando a suspensão de nove linhas ou programas de crédito rural, apenas um dia após a reabertura, como custeio empresarial, Pronaf, Pornamo, ABC+, PCA, Proirriga e Procap-Agro Giro. No dia 6 deste mês, a instituição enviou novo aviso, comunicando o encerramento do Inovagro e do Moderfrota.
“A procura por crédito foi muito acima do volume disponível no momento, fator que ocasionou o rápido consumo dos recursos pelo setor, dada a total escassez herdada pelo governo atual. Um novo ciclo de abertura de crédito começará, logo que novos recursos estejam disponíveis”, admitiu a Secom, na nota.
Deputados da bancada ruralista e lideranças do setor emitiram carta aberta, vinculando essa suspensão à uma falta de priorização do governo ao financiamento do agronegócio. Porém, O esgotamento, no entanto, diz respeito aos valores alocados no Plano Safra 2022/23, definido pelo governo passado.
Confira a íntegra da Nota da SECOM:
“- Nenhuma linha de crédito foi fechada. Pelo contrário, as linhas suspensas foram restabelecidas.
– Desde outubro/22, linhas disponíveis ao setor agropecuário estavam suspensas por falta de recursos.
– Em 30 dias, R$ 2,9 bilhões foram liberados para o setor.
Para restabelecer a verdade em torno do assunto linha de crédito para o setor agropecuário, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República torna público que o Governo Federal e o BNDES, cientes das demandas do setor, trabalham continuamente para viabilizar recursos e disponibilizá-los, com a maior brevidade possível.
Esse propósito foi o motor da reabertura, em janeiro de 2023, das linhas de crédito para o setor que foram suspensas ainda em outubro de 2022 pelo governo passado. Foram dois meses sem qualquer recurso, justamente na época em que ele era mais necessário.
A nova diretoria do BNDES, de fato, priorizou a alta demanda dos produtores rurais e suas cooperativas e viabilizou R$ 2,9 bilhões de recursos adicionais.
Contudo, a procura por crédito foi muito acima do volume disponível no momento, fator que ocasionou o rápido consumo dos recursos pelo setor, dada a total escassez herdada pelo governo atual. Um novo ciclo de abertura de crédito começará, logo que novos recursos estejam disponíveis.
Não há qualquer dúvida sobre a importância do crédito e do setor agropecuário para a economia do Brasil. Quem tenta plantar mentiras sobre essa realidade, aposta em uma versão de que o crescimento econômico é inimigo da responsabilidade social e da sustentabilidade. Nada mais errado!
No ano passado, o Banco, ciente da elevada demanda do setor, havia pleiteado R$ 34,5 bilhões a serem utilizados entre mais de 10 programas de crédito. Mas o Plano Safra do governo passado disponibilizou apenas R$ 19,8 bilhões de limite equalizável. Em 2023, o Governo Federal irá reposicionar o setor agropecuário em seu lugar de prioridade – e de direito.”
Desembolsos de crédito rural do Plano Safra 2022/23 chegaram a R$ 222,8 bi
Os desembolsos de crédito rural do Plano Safra 2022/23 chegaram a R$ 222,8 bilhões de julho do ano passado a janeiro. O valor é 21% maior que os R$ 184,6 bilhões contratados no mesmo período do ciclo anterior.
Os financiamentos de custeio tiveram aplicação de R$ 136,6 bilhões, alta de 41% na comparação com os sete primeiros meses da safra 202122. As contratações das linhas de investimentos totalizaram quase R$ 60 bilhões, as operações de comercialização atingiram R$ 15,6 bilhões e a industrialização, R$ 10,8 bilhões, de acordo com dados do Banco Central extraídos pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura na sexta-feira.
Fonte: Valor Econômico/ Frente Parlamentar Agropecuária/ Mapa