A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou o tradicional relatório anual com a revisão para o mercado lácteo em 2022. Os desafios relacionados ao clima e aos elevados custos de produção deverão reduzir a produção na Europa, América do Sul, África e Oceania, em parte compensada por aumentos expressivos na Ásia, América Central e Caribe, onde maiores investimentos na produção interna e ganhos tecnológicos contribuíram para maiores volumes.
Dessa forma, no contexto geral, a produção global de leite deverá finalizar 2022 com evolução de 0,6%, alcançando cerca de 930 bilhões de litros.
Rabobank projeta demanda mundial por lácteos mais fraca em 2023
O movimento global de inflação dos alimentos em função do aquecimento dos custos de produção deverá ser potencializado pelo aumento nas taxas de juros de importantes economias, como nos EUA, pontua o Rabobank no relatório trimestral mais recente.
Na Europa, o movimento já é sentido nos bolsos dos consumidores, que sofrem também com a crise energética. Soma-se a isso as incertezas quanto à demanda chinesa, impactada pela política de covid zero e maior produção interna, contexto que deve expressar maior potencial de importação apenas no segundo semestre de 2023.
Nos países em desenvolvimento, cujo consumo é mais sensível às oscilações de preços, não há espaço para internalização de grandes volumes, contexto que levou o banco a prever dificuldades na demanda para o início de 2023.
Goiás
De acordo com dados do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), a captação de leite no estado, diminuiu 15% em 2022, por conta da alta nos custos de produção e da redução do valor pago ao produtor.