A silvicultura é a atividade do cultivo de florestas, composta basicamente de florestas plantadas com o propósito de extração de matérias-primas. A cultura envolve o manejo do solo e das condições climáticas, a seleção de material genético para o plantio, o controle de pragas, a extração e replantio das árvores, entre outros.
A atividade fornece mais de 5 mil produtos e subprodutos, de acordo com o Relatório 2020 da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que representa o setor. A lista inclui a madeira, que tem como destino a construção civil ou a fabricação de móveis, bem como o fornecimento de matéria-prima para a indústria de papel e celulose, com suas diversas subcategorias.
Há outras utilizações que vão além do senso comum, como a extração de resinas, essências e óleos essenciais que são utilizados em diferentes aplicações industriais, desde alimentos até produtos farmacêuticos. As árvores também fornecem fibra para fabricação de tecidos sintéticos e são uma importante fonte de energia renovável, por meio da biomassa e do carvão vegetal.
Entre troncos, galhos, flores, frutos, sementes e folhas, praticamente todas as partes de uma árvore podem ser aproveitadas em produtos e subprodutos da silvicultura.
Produção de Florestas no Brasil
O Valor da produção florestal atingiu o recorde de R$ 30,1 bilhões com alta de 27, 1% e produção em 4.884 municípios. O valor da produção da silvicultura (florestas plantadas) continua superando o da extração vegetal, o que ocorre desde o ano 2000. A silvicultura manteve a trajetória de crescimento retomada em 2020 (alta de 21,3% em relação a 2019) com aumento de 26,1%, alcançando R$ 23,8 bilhões em 2021.
Os dados são da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2021, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Os produtos florestais valorizaram muito em 2021. Este aumento está relacionado à alta do dólar e, também, à volta da produção das indústrias. A alta mais expressiva ocorreu no valor de produção florestal (27,1%). Desse valor, grande parte (79,3%) vem da silvicultura, ou florestas plantadas, enquanto a extração vegetal responde por 20,7%” analisa Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agropecuária do IBGE.
A cada ano cresce a participação da silvicultura no valor de produção do setor, e cai a do extrativismo vegetal. O que não significa que a extração vegetal esteja diminuindo e, sim, que o valor dos produtos da silvicultura está crescendo.
Em 2021, houve redução de 1,4% nas áreas de florestas plantadas no País, ou menos 138,9 mil hectares. A área total da silvicultura é de 9,5 milhões de hectares, dos quais, 7,3 milhões, ou 76,9% são de eucalipto, usado na indústria de celulose. Juntos, eucalipto e pinus foram responsáveis pela cobertura de 96,0% das áreas cultivadas com florestas plantadas para fins comerciais no País.
O Sudeste foi a única região com crescimento na área plantada da silvicultura, em 2021, com aumento de 30,7 mil hectares (0,9%). O Sul, onde estão 31,9% das áreas de florestas plantadas com pinus e eucalipto no país, houve redução de 2,7%.
Exportações
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério da Economia, a celulose ocupou o nono lugar no ranking das exportações totais do País em 2021 (2,4%). O Brasil é maior exportador mundial de celulose, com 16,2 milhões de toneladas em 2021.
Produtos
A participação dos produtos madeireiros segue preponderante no setor, com 95,6% do valor da produção florestal. O valor da produção dos produtos madeireiros com origem em áreas plantadas cresceu 23,7%, enquanto na extração vegetal o aumento foi de 37,9%. “Esses resultados ratificam a tendência de crescimento dos madeireiros oriundos da silvicultura e mostram um grande aumento nos madeireiros da extração em 2021”, diz Guedes.
Houve crescimento do valor da produção em todos os grupos, sendo mais acentuado na madeira em tora que aumentou 26,3%. O valor da produção da madeira destinada à fabricação de papel e celulose cresceu 24,4%; o carvão vegetal, 21,8%; e a lenha, 16,2%.
Enquanto os produtos madeireiros respondem pela quase totalidade do valor da produção da silvicultura, na extração vegetal esse grupo representa 63,5%, seguido pelos alimentícios (29,9%), ceras (4,7%), oleaginosos (1,3%) e outros (0,5%).
Silvicultura em Goiás
A pesquisa de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) do IBGE indicou que a área goiana de florestas plantadas da silvicultura, ou seja, para extração de madeira, foi de 128 mil hectares em 2021, 7% menor do que em 2020, quando estimou-se uma área de 137,7 mil hectares. Esse foi o terceiro recuo consecutivo registrado após o estado ter atingido a maior área plantada da silvicultura em 2018 (178,4 mil hectares).
Dos cinco municípios goianos que possuíam as maiores áreas dos efetivos da silvicultura no estado em 2021, três apresentaram queda e em dois não houve alteração na área plantada.
Reflorestamento
No dia 7 de dezembro, comemora-se o Dia Nacional da Silvicultura. A data foi instituída pela Lei 12.643, de 2012, para conscientizar os produtores rurais e a sociedade brasileira sobre a importância da silvicultura, que consiste na utilização de técnicas para promover o reflorestamento. Em maio de 2022, os senadores do Brasil aprovaram proposta que exclui a silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais. O projeto (PLS 214/2015) aguarda análise da Câmara dos Deputados.