A expectativa de aumento da população mundial, que deve chegar a 10 bilhões de pessoas até 2050, tem movimentado o agronegócio mundial para cumprir o desafio de aumentar a produção de alimentos em até 70%. O Brasil tem tudo para se tornar o protagonista na oferta e na forma como serão disponibilizados os suprimentos. A pesquisa e o uso da tecnologia de máquinas e implementos agrícolas, será fundamental para ajudar o produtor rural a cumprir essa meta de produtividade.
A AGCO, fabricante e distribuidora mundial de máquinas agrícolas e tecnologia de agricultura de precisão, anunciou investimentos de R$ 340 milhões em novas tecnologias e linhas de montagens em suas fábricas no Brasil. O anúncio foi feito pelo Chairman, Presidente e CEO da AGCO, Eric Hansotia (centro da foto); e pelo Gerente Geral AGCO e Vice-presidente Massey Ferguson América do Sul, Rodrigo Junqueira (à direita), em Brasília, nesta quinta, dia 14, durante encontro com jornalistas do agronegócio.
“Os agricultores enfrentam hoje uma pressão significativa para produzir mais alimentos usando menos insumos. Estamos comprometidos em fornecer as tecnologias inovadoras de agricultura de precisão que eles precisam para aumentar a renda agrícola, minimizando os insumos e o impacto”, afirma Hansotia.
A companhia, que detém as marcas Fendt, Massey Ferguson, Precision Planting e Valtra, vai aumentar a capacidade de montagem de tratores de linha pesada na unidade Mogi das Cruzes (SP), ampliando sua área de 42.000m² para 57.000m² e criando um centro logístico inteligente para armazenamento de peças, com AGVs (sigla em inglês para Veículo Guiado Automaticamente) e robôs colaborativos.
“É o primeiro passo para ter no futuro a fabricação nacional dos tratores Fendt Vario 900 e MF 8700 S Dyna-VT. Nosso objetivo é transformar a fábrica de Mogi das Cruzes em uma das mais tecnológicas do grupo no mundo”, explica Junqueira.
Processos mais sustentáveis
Na fábrica de Ibirubá (RS), os recursos serão utilizados para a fabricação dos novos modelos da plantadeira Momentum. Projeto 100% nacional, o implemento foi lançado em 2019. Além da ampliação da área de 7.000m² para 20.000m², a unidade gaúcha receberá modificações para tornar o processo de fabricação mais sustentável. Serão implantados sistema de reaproveitamento de água, painéis solares e novo processo de pintura, com menor emissão de voláteis orgânicos, melhor ergonomia para o colaborador, mais automação e ganho de 40% na capacidade de peças pintadas.
Durante o evento, a AGCO também informou que, a partir deste ano, suas operações no Brasil vão utilizar apenas energia de fontes renováveis. A iniciativa inclui as nove unidades da empresa no país, entre fábricas, centros de distribuição e escritórios, que consomem 42 mil MWh por ano. Essa mudança contribuirá positivamente para as metas declaradas da AGCO de reduzir a intensidade das emissões de gases do efeito estufa em 20% e atingir 60% de energia renovável nas operações globais.
Crescimento da produção de alimentos e o uso da tecnologia
O objetivo das fabricantes de máquinas agrícolas é oferecer aos produtores rurais, tecnologias que permitam maior eficiência do plantio, menor custo de produção, menos perda de insumos e consequentemente melhor produtividade e receita.
A AGCO aponta que só o Brasil adquiriu das empresas do grupo, cerca de 11% de todo o maquinário agrícola vendido para produtores rurais no mundo. A projeção para 2022, é que o Brasil compre 17% de todo o maquinário que a empresa comercialize.
“Máquinas cada vez mais eficientes, que consumam menos combustível, que busquem uma produtividade maior, como a plantadeira Momentum, que caucula a forma de cortar o solo, pra que ela coloque a semente na profundidade mais correta e na distância ideal entre uma outra, pra ter uma produtividade maior. Além de fazer uma aplicação cada vez mais eficiente, através de dados, ele economiza produto, sem nenhum tipo de perda”, aponta Rodrigo Junqueira Gerente Geral AGCO & Presidente Massey Ferguson América do Sul.
O Brasil está sendo considerado o Celeiro do Mundo, com solo, clima e território para melhorar a produtividade e ampliar a oferta de alimentos, que vai atender a necessidade da população mundial nos próximos 30 anos.
“Nós temos um país que tem a oportunidade de produzir mais alimentos e ajudar o mundo nessa busca por mais comida. Nosso agricultor vai estar sendo demandado e nós da AGCO temos a missão é ajudá-lo com tecnologia, com soluções para que ele esteja preparado pra atender essa demanda de forma mais rápida e eficiente”, explica.
De acordo com o Gerente Geral da ACGO, esse aumento de produção passa pelo mercado industrial que atende as demandas do setor agropecuário, que precisará se unir para garantir produtos eficientes, de qualidade, que conectem o agro brasileiro à realidade de produzir mais.
“Passa pela indústria de máquinas, passa pela tecnologia por sementes, como proteger o cultivo, fertilizantes e cada vez mais requerer que trabalhemos juntos. Essa conexão vai ser exigida, a empresa de sementes desenvolve a semente, a gente trabalha com nossa plantadeira e conseguimos trabalhar pra colocar ela no solo de maneira eficiente, com o fertilizante também. Essa união entre as indústrias que atendem o agro, será cada vez mais requerida e cada vez mais necessária”, analisa Junqueira.
Veja entrevista completa com Rodrigo Junqueira Gerente Geral AGCO & Presidente Massey Ferguson América do Sul.