A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender em caráter cautelar a produção, importação, distribuição e comercialização do agrotóxico carbendazim e seus produtos derivados em todo o Brasil. A medida entrou em vigor no dia 22 deste mês, e valerá até a conclusão do processo de avaliação, prevista para dia 8 de agosto. O produto é um dos mais usados em várias culturas em todas as regiões do País.
A principal alegação para a suspensão é o potencial cancerígeno do produto, cuja fabricação e venda já é proibida nos Estados Unidos e na Europa. O carbendazim é um fungicida sistêmico, de amplo espectro, usado principalmente na aplicação foliar e tratamento de sementes. É utilizado nas principais culturas, dentre elas soja, feijão, algodão, citros, trigo e outras.
Em Goiás, a Agrodefesa alerta os emissores de receita agronômica que não recomendem a utilização dos produtos que contenham o ingrediente ativo carbedazim em suas formulações, bem como às revendas e lojas de produtos agropecuários que não comercializem esses produtos.
Consulta pública
Na reunião da Anvisa, ficou acertado que haverá consulta pública até 11 de julho com a finalidade de ampliar as informações e contribuições sobre o uso do produto. A decisão final será tomada em agosto, com publicação da resolução no dia 8 daquele mês, em conformidade com os prazos ordenados pela Justiça. Contudo, há possibilidade de concessão de prazo, entre agosto e novembro de 2022, para que indústrias e lojas comercializem o carbendazim em estoque.
A diretora-presidente substituta da Anvisa, Meiruze Freitas, disse que informações recebidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reforçam não haver preocupação relevante com a suspensão do produto, pois há outras opções disponíveis no mercado.
Veja a lista de produtos formulados com caberdazim: