Os meteorologistas apontam que o La Niña, que está mostrando influência, vai continuar impactando o clima brasileiro. O fenômeno acontece com um resfriamento das águas de Oceano Pacífico, alteração que afeta as chuvas e as temperaturas pelo mundo.
Nos últimos 2 anos houve a presença do La Niña no Brasil, que provocou grandes diferenças de clima nas regiões no país, como chuva acima da média no centro-norte do país e abaixo da média na região sul.
Na região norte e o nordeste esse aumento de chuva pode causar enchentes na região Amazônica, nas regiões sudeste e centro-Oeste os efeitos vão de secas, inundações e tempestades. No sul, por exemplo, com a seca e com o aumento das temperaturas, as safras de soja e milho foram afetadas pela falta de água.
Segundo informações do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), o La Niña persiste nesse período com possibilidade de chuvas irregulares no Brasil. Na segunda safra 2021/2022, de milho por exemplo, as lavouras vêm se desenvolvendo vem se desenvolvendo bem, mas segundo especialistas, as chuvas em abril e maio vão definir o resultado da temporada.
“A segunda safra já começa a sofrer um pouco. Março praticamente não choveu direito e agora nós estamos observando em abril um índice pluviométrico muito baixo. Para os próximos 15 dias não temos prognósticos de chuvas, não tem previsão. Para a segunda safra podemos ter problemas nas lavouras. Há possibilidade de chuvas irregulares em forma de pancadas até a primeira semana de maio, mas já estaremos no período de estiagem”, analisa André Amorim, gerente do Cimehgo.
Próxima Safra
Para o especialista, o La Niña vai até a próxima entrada do período chuvoso novembro, dezembro, janeiro. “Vamos passar pelo La Niña até o final do ano, só que para Goiás o mês de maio, junho, julho, agosto é o nosso período de estiagem, e pra nós não vai alterar nada. Pode ter uma pancada isolada ou outra, mas bem esparsas. Mas vai manter o período seco tradicional”, aponta.
No período chuvoso de Goiás, a partir dos meses de setembro ou outubro, na região sul do país vai impactar novamente com a falta de chuva.
“Os efeitos nós vamos ver para a 2022/2023. No final de 2022, o produtor rural deve se preparar para os efeitos do La Niña, que vão desde a irregularidade nas chuvas, que podem atrasar o período de plantio ou colheita e também o excesso de chuvas, que podem atrapalhar o plantio da segunda safra. É bom o produtor ficar atento para o próximo ciclo. A primeira safra pode ser excelente, a segunda safra talvez pode sofrer com períodos de estiagem”, afirma.