A tilápia é um peixe exótico, com origens na África e no Oriente Médio, na região do Rio Nilo, por isso é conhecida como Tilápia do Nilo. É considerada uma espécie rústica, que se adapta bem ao ambiente, se reproduz o ano todo.
A produção está presente nos cinco continentes do planeta e dentre os peixes de água doce, foi o que mais migrou territorialmente. De existência milenar se ajustou aos diferentes habitats e essa espécie aprendeu ao longo do tempo para sobreviver ao clima, temperatura, alimentação, seja em dos rios, lagos ou diversos cursos d’água.
De acordo com a Embrapa, no Brasil a espécie foi introduzida na década de 50, por uma hidroelétrica de São Paulo, Light, importando a variedade congolesa (Tilápia rendalli). Na década de 70, o governo brasileiro, através do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS, importa e coloca a tilápia do Nilo (Oreochromis sp) para peixamento dos grandes açudes da Região Nordeste e produção de alimentos.
Na década de 90, o Brasil importou da Tailândia, a tilápia tailandesa, (Oreochromis niloticus) geneticamente melhorada, variedade que melhor se adaptou às águas tropicais e subtropicais do solo brasileiro.
Graças ao investimento em tecnologia, melhoramento genético e investimentos na criação, o Brasil é o quarto maior produtor da espécie no mundo. A tilápia é o peixe de água doce mais consumido do Brasil, segundo pesquisas da Associação Brasileira da Piscicultura. Em segundo e terceiro lugares no ranking, a carpa e o bagre.
Segundo a Associação, a tilápia é vem ganhando fama no mundo do agronegócio e espaço na mesa do brasileiro. A expectativa é que o consumo interno desse pescado dobre nos próximos 10 anos. Já que a cada 10 quilos de peixes consumidos no Brasil, 6,3 quilos são de tilápia.
Quando o assunto é exportações, em 2021, 86% de todo o pescado levado para fora foi de tilápia, principalmente para países como Estados Unidos, Canadá, Colômbia e México. Foram produzidas cerca de 530 mil toneladas, alta de quase 10% frente à 2020, representando 63,5% de toda a produção brasileira de peixes.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), o mês de março foi marcado pela melhora na demanda interna por tilápia. Com isso, os preços do produto avançaram em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, interrompendo, a sequência de queda que vinha sendo observada desde novembro do ano passado.
Na região dos Grandes Lagos, a tilápia in natura foi negociada a R$ 7,41/kg na média de março, avanço de 2,35% em relação a fevereiro. No Oeste do Paraná, a alta no preço médio foi de 1,79%, com o animal negociado à média de R$ 6,84/kg no mês. No Norte do Paraná, os preços da tilápia subiram 2,12% em relação ao mês anterior, indo para R$ 7,70/kg.